Reportagem de Rebecca Vettore, em colaboração com a ANBA
Clique aqui para acessar a matéria original: https://anba.com.br/brasil-esta-entre-10-maiores-produtores-de-maca/
Semana202431
De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), o Brasil aparece entre os 10 maiores produtores mundiais dessa fruta. Apesar de estar em um lugar de destaque, as duas últimas safras tiveram produções menores em razão de problemas climáticos, o que deve mudar no ano que vem.
“Em 2022, houve uma seca muito forte e bastante granizo, por isso a safra de 2023 ficou em torno de 950 mil toneladas. No ano passado o inverno foi mais quente e, como consequência, colhemos menos de 850 mil toneladas da fruta este ano”, conta Celso Zancan, diretor Comercial e de Logística de Mercado Externo da ABPM.
“Em 2021, quando a produção estava normal, por exemplo, produzimos 1,3 milhão de toneladas. Como o inverno de 2024 tem sido mais frio do que os dos anos anteriores, a expectativa é que a safra de 2025 seja melhor, mais próxima à safra de 2021.”
O gráfico abaixo usa dados do DataLiner para analisar as exportações em contêineres de maçãs, peras e marmelos do Brasil entre janeiro de 2021 e maio de 2024.
Exportações de maçãs, peras e marmelos | Jan 2021 – Maio 2024 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Celso Zancan, da ABPM, entre macieiras: problemas climáticos afetaram últimas safras
Com as frutas sendo colhidas entre janeiro e março, a maior parte da produção brasileira é voltada para atender o público interno do País. Quando as safras são boas, a exportação da fruta gira em torno de 10%, isto é, entre 100 mil e 150 mil toneladas.
“Em 2021, exportamos 100 mil toneladas, em 2022 foram 35 mil toneladas e esse ano foi bem baixa (a exportação), não chegou a 20 mil toneladas. Além da nossa safra não ter sido grande, ela também não apresentou boa qualidade. As frutas eram pequenas e não muito vermelhas. Como o mercado externo é mais exigente do que o brasileiro, exportamos pouquíssimo em 2024”, conta Zancan.
A Rússia aparecia como o principal comprador de maçãs do Brasil até a chegada da guerra mudar esse cenário. Atualmente, o principal importador da fruta é Bangladesh, seguido da Índia, e bem mais abaixo vêm os países europeus, como Irlanda, Inglaterra e Portugal.
“A exportação depende muito da exigência do país. As vendas têm crescido para a Índia, por exemplo, porque eles aceitam frutas menores”, completa o executivo da ABPM.
De acordo com Zancan, Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita aparecem depois dos países europeus como principais compradores de maçãs brasileiras. Mais exigentes em relação à cor da fruta, os compradores árabes sempre pedem maçãs mais vermelhas.
“Por causa das últimas safras, o Brasil acabou não exportando muito para esses destinos. Mas existe um potencial de crescimento que pode ser explorado. Com uma safra boa, (de maçã) graúda e vermelha, poderíamos exportar de 5 mil a 10 mil toneladas para os países árabes tranquilamente”, disse Zancan.
Quando falamos em consumo interno, o estado de São Paulo é o principal comprador do País. “Isso acontece porque esse é o estado que tem a maior população e com maior poder aquisitivo do País. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná aparecem na sequência dos maiores estados compradores da maçã, e tem aumentado bastante a compra dos estados do Centro-Oeste. Nos estados nordestinos o consumo tem crescido nas regiões litorâneas”, explicou Zancan.
As duas principais variedades de maçãs produzidas no Brasil são fuji e gala. As plantações desses tipos estão localizadas apenas na região Sul.
“Isso acontece porque, para produzir bem, a maçã precisa de ambientes mais frios e altos. A maioria das plantações está localizada no Rio Grande do Sul, e o restante desse plantio se encontra entre Santa Catarina e Paraná”, conta o diretor Comercial e de Logística de Mercado Externo da ABPM.
Depois que as folhas caem, as novas folhas entram em dormência para se defender do frio. Essa defesa mexe no processo hormonal da planta e, na Primavera, quando começa a esquentar, ela brota e nasce a maçã.
Celso explica que, para ter boas maçãs, é necessário muito investimento financeiro e físico. Por ser muito sensível, a fruta precisa ser colhida de forma totalmente manual. Como a mão de obra anda cada vez mais escassa, ela acaba custando caro.
Depois que as maçãs são separadas para serem exportadas, elas são conservadas em câmaras frias com temperatura próxima de zero grau, e o oxigênio fica em praticamente 1%, bem diferente de como elas são encontradas na natureza, com 22% a 23% de oxigênio. As frutas embaladas dentro das câmaras são inseridas em contêineres onde permanecem por meses. Tudo isso acontece para que a fruta chegue ao seu destino boa e crocante.
Reportagem de Rebecca Vettore, em colaboração com a ANBA
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