Café

Brasil exporta 3,977 milhões de sacas de café em janeiro de 2025

fev, 17, 2025 Postado porSylvia Schandert

Semana202508

De acordo com relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país embarcou um total de 3,977 milhões de sacas de 60 kg do produto em janeiro de 2025, o que implica uma leve redução de 1,6% em relação aos 4,042 milhões de sacas apurados no primeiro mês do ano passado. Em receita, porém, há incremento de 59,9% no mesmo intervalo comparativo, com o ingresso de divisas saltando de US$ 823 milhões para os atuais US$ 1,316 bilhão.

“Por estarmos em período de entressafra no Brasil e continuarmos enfrentando intensos gargalos logísticos, podemos considerar como boa a performance das exportações, em janeiro, quando comparadas com o mesmo período de 2024. Já o incremento na receita cambial, na casa dos 60%, ratifica o efeito das altas dos preços que já vem desde longo período”, analisa o presidente da entidade, Márcio Ferreira.

Confira abaixo um histórico das exportações brasileiras de café. Os dados são do DataLiner:

Exportações Brasileiras de Café | Jan 2021 – Dez 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

TIPOS DE CAFÉ
Em janeiro, o café arábica, com a emissão de 3,278 milhões de sacas ao exterior, permaneceu como o mais exportado pelo Brasil. Esse volume equivale a 82,4% do total embarcado, mesmo implicando leve queda de 0,3% frente a janeiro de 2024.

Na sequência, vieram os cafés canéforas (conilon + robusta), apesar de recuo de 28,9 pontos percentuais na comparação anual. No primeiro mês deste ano, o país remeteu 328.074 sacas ao exterior dessa espécie, o que gerou uma representatividade de 8,3% nas exportações totais.

Os segmentos do café solúvel, com 365.598 sacas – avanço de 24,8% e 9,2% do total –, e do produto torrado e torrado e moído, com 4.968 sacas (+156,6% e 0,1% de representatividade), completaram a lista.

“Os cafés industrializados puxaram a fila do bom desempenho em janeiro. Todavia, não podemos deixar de notar a redução no volume dos canéforas, que foi motivada, principalmente, pelo fato de o café concorrente do Vietnã, desde a entrada da safra, em novembro, ter se tornado bem mais competitivo em termos de preço. Esse movimento deve continuar nos próximos meses, no mínimo, até a colheita da safra nacional de conilon e robusta, em maio”, comenta Ferreira.

Ele analisa, ainda, a leve redução no volume de arábica remetido ao exterior. “Também é possível notar outras origens mais competitivas do que o Brasil, em especial no que se refere a cafés naturais finos e aos de peneiras maiores em relação aos nossos cafés semi-lavado ou cereja descascado. Essa tendência, quando falamos em volume, deve permanecer, similar ao que prevejo aos canéforas, até a entrada da próxima safra de arábica brasileira”, completa.

PRINCIPAIS DESTINOS
Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés do Brasil no mês passado, com a importação de 713.348 sacas, o que equivale a 17,9% do total e implica crescimento de 3,1% na comparação com janeiro de 2024.

A Alemanha, com 11,5% de representatividade, adquiriu 457.569 sacas (-35%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vieram Itália, com a importação de 262.809 sacas (+31,2%); Japão, com 247.840 sacas (+15,5%); e Bélgica, com 206.283 sacas (-50,4%).

Mesmo com os cafés vietnamitas e indonésios mais competitivos que os canéforas nacionais em janeiro, o Brasil ainda ampliou seus embarques de café verde para ambos os destinos asiáticos, em 387,2% (51.963 sacas) e 95,3% (37.562 sacas), respectivamente.

“As exportações para Vietnã e Indonésia são de contratos fechados em meados do ano passado, quando nossos conilon e robusta eram mais competitivos. Esses cafés, em verdade, já deveriam ter saído de nosso país se não fossem, principalmente, os gargalos logísticos nos portos brasileiros, que impediram o embarque de 1,8 milhão de sacas em 2024 devido a constantes atrasos de navios e alterações de escalas”, explica Ferreira. “Também a esses destinos, a tendência é de redução nos próximos meses”, conclui.

CAFÉS DIFERENCIADOS
Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 25,4% das exportações totais brasileiras no mês passado, com a remessa de 1,012 milhão de sacas ao exterior. Esse volume é 24,5% superior ao registrado em janeiro de 2024.

A um preço médio de US$ 388,35 por saca, a receita cambial com os embarques dos cafés diferenciados foi de US$ 393 milhões, o que correspondeu a 29,9% do obtido com todos os embarques de café no primeiro mês deste ano. No comparativo anual, o valor foi 113,1% maior do que o registrado em janeiro de 2024.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados, os EUA também ficaram na liderança, com a compra de 206.657 sacas, o equivalente a 20,4% do total desse tipo de produto exportado. Fechando o top 5, apareceram Bélgica, com 135.216 sacas e representatividade de 13,4%; Alemanha, com 134.749 sacas (13,3%); Japão, com 67.181 sacas (6,6%); e Holanda (Países Baixos), com 57.869 sacas (5,7%).

PORTOS
O Porto de Santos permaneceu como o principal exportador dos cafés do Brasil em janeiro, com 2,996 milhões de sacas e representatividade de 75,3% no total. Na sequência, apareceram o complexo portuário do Rio de Janeiro, que respondeu por 21% dos embarques ao remeter 834.220 sacas ao exterior, e o Porto de Paranaguá (PR), que exportou 35.995 sacas e teve representatividade de 0,9%.

SAFRA 2024/25
As exportações brasileiras de café, no acumulado de julho de 2024 a janeiro de 2025, totalizaram 30,147 milhões de sacas, gerando o ingresso de US$ 8,522 bilhões no país. Na comparação com o primeiro septimestre da temporada 2023/24, foram registrados crescimentos de 11,3% em volume e 60,3% em receita cambial.

Os dois desempenhos são os maiores da história para esse intervalo de sete meses de um ano safra cafeeiro no Brasil e foram impulsionados pelos recordes alcançados, em sacas e dólares, com os embarques de café verde e industrializado, principalmente o produto solúvel.

O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil, com a atualização de janeiro de 2025, está disponível no site do Cecafé: https://www.cecafe.com.br/.

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