Brasil exporta volume recorde de soja para o período de janeiro a julho
ago, 25, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202335
O ritmo de comercialização de soja tem sido o mais baixo dos últimos cinco anos, mas não impediu o Brasil de registrar um volume recorde de exportações nos primeiros sete meses de 2023. Os embarques superaram 70 milhões de toneladas no período, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no último dia 24 de agosto.
Os chineses compraram 62,3 milhões de toneladas de soja, 15% a mais que no mesmo período em 2022. “Os agricultores brasileiros venderam cerca de 80,93% do volume importado até o momento, o que representa 50,42 milhões de toneladas de soja, segundo dados da Secex [Secretaria de Comércio Exterior]”, ponderou o analista de mercado da Companhia, Leonardo Amazonas, no informe da Conab.
A projeção da Conab para o total de exportações de soja do Brasil em 2023 é de 95,64 milhões de toneladas. Se confirmada, será um crescimento de 21,5% em comparação com o ano passado.
As exportações de soja no mês de julho somaram 9,7 milhões de toneladas, estimuladas pela alta nos preços internacionais e prêmios positivos nos terminais portuários. Em julho, os preços na bolsa de Chicago ficaram 5,48% maiores que os de junho, mas foram 2,79% menores quando comparados aos de julho de 2022. A valorização do grão no mês passado, sustentada pela incerteza com o clima nos Estados Unidos, refletiu nos preços internos no mês passado, informaram os técnicos da Conab.
O gráfico abaixo mostra o volume das exportações brasileiras de soja e farelo de soja, medido em toneladas, entre janeiro de 2019 e junho de 2026, de acordo com o serviço de inteligência DataLiner.
Exportações brasileiras de soja | Jan 2019 – Jun 2026 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Clima nos EUA e preços
O analista Leonardo Amazonas destacou que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório recente, reduziu a estimativa de produtividade das lavouras locais de soja. E a estimativa de produção, de 114,5 milhões de toneladas, é a menor desde a safra 2020/21. De um lado, a produção recorde no mundo limitava altas mais acentuadas, de outro, a avaliação de que os estoques americanos são baixos davam suporte às cotações em Chicago.
“A safra norte-americana ainda não está definida e será colhida apenas em setembro, podendo ocorrer outros cortes de produção, já que a cultura está em fase de enchimento de grão e uma estiagem severa terá consequências na produtividade”, diz o analistas da Conab, no relatório.
No último dia 24, os preços da oleaginosa em Chicago reagiram à percepção de demanda aquecida pelo grão americano. Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou um saldo líquido de vendas (quando as confirmações superam os cancelamentos) de 1,2 milhão de toneladas para a safra 2023/24 na semana encerrada em 17 de agosto.
O volume ficou abaixo da semana anterior (1,4 milhão), mas próximo do limite esperado pelo mercado. E o contrato para novembro em Chicago – o mais negociado – teve alta de 11,2 cents (0,83%) e fechou a US$ 13,71 o bushel, perto da máxima do dia (US$ 13,73). Os lotes para janeiro de 2024 subiram 12,4 cents e fecharam a US$ 13,83, também próximos da máxima negociada (US$ 13,84).
Os efeitos do clima no campo, no entanto, ainda são ponto importante de atenção para os operadores da bolsa. No dia 21/8, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos manteve em 59% a estimativa de lavouras de soja boas a excelentes. Apenas fez um ajuste de um ponto percentual para cima (de 48% para 49%) nas boas e de um ponto para baixo ( de 11% para 10%) nas excelentes.
As áreas regulares caíram de 29% para 28%, as ruins se mantiveram em 9% e as muito ruins subiram de 3% para 4% do total. O levantamento é feito em 18 estados produtores.
No dia 24, o mapa do Monitor da Seca, com base nos dados até o dia 22, ainda mostra pontos de seca severa e extrema em alguns locais de Minnesota, Iowa e Missouri. E, segundo o USDA, foram observados poucos acumulados de chuva em áreas ao norte de Wisconsin e Michigan.
“As temperaturas médias da semana ficaram abaixo do normal em grande parte da região, exceto nas áreas do sul do Missouri, sul de Illinois e centro de Wisconsin, onde as temperaturas estavam alguns graus acima do normal”, informou o USDA.
Ao longo desta semana, a expedição Pro Farmer Crop Tour percorreu regiões produtoras no cinturão de grãos dos Estados Unidos e indicou produtividades maiores em algumas áreas. Os números divulgados até a quinta-feira trouxeram alguma volatilidade ao mercado, em Chicago.
Uma expectativa de melhora nos resultados de campo pode, até certa medida, ajudar a limitar movimentos de alta de preços na bolsa americana. Ou, até mesmo, colocar alguma pressão de baixa sobre as cotações, a depender das percepções do operadores dos contratos futuros de soja em relação à safra dos Estados Unidos e seus impactos sobre o quadro de oferta e demanda.
Fonte: Globo Rural
Para ler a reportagem original completa, acesse: https://globorural.globo.com/agricultura/soja/noticia/2023/08/brasil-exporta-volume-recorde-de-soja-para-o-periodo-de-janeiro-a-julho.ghtml
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