Brasil ganha grande concorrente no mercado capesize de bauxita

O extraordinário crescimento do comércio de bauxita da Guiné nos primeiros quatro meses do ano deslocou o foco de atenção para longe do Brasil, que até então tomava a dianteira em termos de toneladas movimentadas por dia, segundo dados da corretora BRS.

A rota comercial entre Guiné e China consolidou-se firmemente como um “pilar fundamental” do mercado capesize, disseram analistas da BRS, sendo que o crescimento das importações reflete o notável aumento da frota de veículos elétricos da República Popular chinesa.

Nos primeiros quatro meses de 2024, os embarques capesize saídos da Guiné em direção a China totalizaram 333 milhões de toneladas, apenas 0,6 milhão de toneladas a menos do que na já estabelecida rota C14 entre Brasil e China. Mais pertinentemente, em termos de toneladas-dia, a rota ultrapassou a rota fronthaul do Brasil em 18,2%.

Os dados aduaneiros chineses mostram que, em Abril, as importações chinesas de bauxita da Guiné, insumo vital para a produção de alumínio, aumentou para 10,5 milhões de toneladas, um crescimento anual de 183%.

A bauxita, transportada em navios capesize, representa cerca de 13% do volume global movimentado em navios deste tamanho. No ano passado, este volume era de apenas 10% e, em 2020, apenas 5%, de acordo com o banco de investimento Jefferies.

A ascensão meteórica da Guiné como produtora de bauxita para o mercado chinês logo deve ser complementada pelo fornecimento de minério de ferro nos próximos anos, com a tão esperada abertura do empreendimento de mineração em Simandou.

Fonte: Splash247

Sharing is caring!