Minérios

Brasil manterá exportação de mineral crítico aos EUA, mas uso muda

fev, 17, 2025 Postado porDenise Vilera

Semana202507

Os minerais críticos e estratégicos, como os produzidos no Brasil, estão entre os produtos importantes para alcançar a transição energética. Cobre, lítio, grafite, níquel e terras raras são insumos brasileiros dessa categoria e que, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), podem ter a produção ampliada com o aprofundamento de conhecimento geológico, pesquisa mineral e novas concessões de lavra.

Alguns desses minerais críticos e estratégicos são vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos e, com a volta de Donald Trump ao governo americano, o mercado levantou a preocupação de haver uma redução dessas importações ou uma sobretaxa. Para Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil continuará exportando minerais críticos e estratégicos aos Estados Unidos. A diferença será no uso.

Segundo Jungmann, dos 51 minerais considerados estratégicos consumidos pelos Estados Unidos, pelo menos 15 podem ser vendidos pelo Brasil. “Há uma febre mundial em minerais, em especial pelos estratégicos. No caso de Trump, os primeiros sinais que vemos é de que ainda há interesse, mas agora muda a razão desse interesse.”

Durante o governo Trump, os minerais críticos e estratégicos comprados pelos Estados Unidos eram voltados para o uso em finalidades ligadas à transição energética. Agora, conforme Jungmann, os produtos serão usados no setor de Defesa. O lítio, por exemplo, produzido em Minas Gerais, é importante componente de baterias recarregáveis, enquanto o níquel, produzido em Goiás, na Bahia e no Piauí, é utilizado para fabricar aço inoxidável. Conforme dados consolidados pelo MME, o Brasil era o quinto maior produtor de lítio do mundo em 2022, atrás apenas da Austrália, Chile, China e Argentina. No níquel, o Brasil era o nono maior produtor daquele ano.

Segundo o Citi, o Brasil está bem posicionado para atrair investimentos e escalar a produção de minerais críticos. “Isso poderia trazer benefícios econômicos para o Brasil e países da América Latina por meio do fornecimento dos minerais, criação de empregos e desenvolvimento de infraestrutura.”

“O Brasil tem aproximadamente 20% das reservas globais de grafite, níquel, manganês e elementos de terras raras. No entanto, a produção não acompanha, com 0,2% e 7% da produção global de terras raras e de grafite, respectivamente. Apenas 7% do orçamento global de exploração de níquel e terras raras são alocados para a região da América Latina”, segundo o banco.

Por Kariny Leal

Fonte:  Valor Econômico 

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