Brasil perde US $ 56,2 bi no comércio sul-americano nos últimos 10 anos
abr, 05, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202114
Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a diminuição da participação no comércio regional na última década fez com que o Brasil perdesse US $ 56,2 bilhões em exportações para outros países sul-americanos em 10 anos. A participação do Brasil nas importações dos países vizinhos (exportações do Brasil para os países vizinhos) caiu de 14,5% em 2010 para 10,7% em 2019. Da mesma forma, os países sul-americanos também pararam de vender aqui – o Brasil absorveu apenas 7,4% das exportações sul-americanas em 2019 contra 10,5 % em 2010.
De acordo com a CNI, a reetração do comércio bilateral prejudica principalmente a indústria. Isso porque a América do Sul é o principal destino das vendas de manufaturados brasileiros, concentrando 38% das exportações industriais. Sob outra perspectiva, ao considerar apenas as exportações brasileiras para países sul-americanos, os manufaturados correspondem a 82%.
O principal motivo da retração das exportações brasileiras para a América do Sul foi a queda no comércio com a Argentina após as sucessivas crises econômicas e cambiais dos últimos anos. Do prejuízo total de US $ 56,2 bilhões, US $ 39,2 bilhões (69,8%) foram perdidos no comércio com a Argentina. O Brasil também deixou de exportar US $ 5,9 bilhões de produtos (10,5%) para o Peru, US $ 5,3 bilhões de produtos (9,4%) para a Colômbia e US $ 2,4 bilhões de produtos para o Chile (4, 3%).
O comércio do Brasil com a América do Sul encolheu, enquanto outros países preencheram o vazio; de 2010 a 2019, as importações sul-americanas cresceram 12,9%, vindas principalmente da China, Estados Unidos e União Europeia.
Previsão
Para chegar ao cálculo da perda comercial de US $ 56,2 bilhões, a CNI estimou o valor que o Brasil teria exportado se tivesse mantido a participação de 14,5% nas importações dos países sul-americanos registrados em 2010. A China teve o maior percentual; a participação do país asiático nas importações dos países da América do Sul passou de 15% para 20,8% no período analisado. Os Estados Unidos também aumentaram sua participação nas importações sul-americanas. Esse percentual passou de 17,5% para 19,5% no período analisado. A União Europeia cresceu mais lentamente, de 12,3% para 13,6%.
Na comparação setorial, o setor ‘máquinas e aparelhos e materiais elétricos ou mecânicos’ respondeu por 37% do valor que o Brasil deixou de exportar para a América do Sul, com redução de US $ 12,5 bilhões. Outros setores industriais registraram perdas substanciais, como automóveis (US $ -4,8 bilhões), aeronaves (US $ -3,2 bilhões) e produtos químicos orgânicos (US $ -2,5 bilhões).
Fontes: Comex do Brasil e CNI
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