Brasil vende mais carne aos EUA devido a fechamento de frigoríficos no país por causa da Covid-19
abr, 27, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202019
De acordo com o diretor-presidente da Marfrig Global Foods, Miguel Gularte, a empresa retomou as vendas de carne bovina in natura do Brasil aos Estados Unidos após a reabertura do mercado norte-americano ao produto brasileiro, com uma intensificação na demanda em meio aos fechamentos de frigoríficos naquele país por causa do coronavírus.
Em fevereiro deste ano, o mercado norte-americano foi reaberto para aquisição da proteína in natura dos brasileiros , após uma interrupção nas exportações ocorrida em 2017 por questões sanitárias, e os primeiros embarques após longo período devem ocorrer neste mês.
Segundo Gularte, um aumento das compras dos EUA foi identificado primeiramente nas unidades da Marfrig na Argentina e Uruguai.
“Nos últimos 15 dias foi notado isso no Brasil”, disse o executivo, sem detalhar volumes.
Com a reabertura do mercado norte-americano à carne bovina in natura do Brasil, a Marfrig já tinha estratégia de retomar embarques aos EUA, mas a demanda pelo produto brasileiro foi intensificada após recentes fechamentos de frigoríficos nos EUA, devido a casos de coronavírus entre os funcionários. “É a combinação destes dois fatores”, ressaltou o executivo.
De acordo com ele, as carnes brasileira, uruguaia e argentina são usadas para complementar um mix de produtos feitos pelos americanos… como os hambúrgueres.
No Brasil, as exportações representam 72% das vendas da Marfrig, enquanto o mercado interno fica com 28%. Na Argentina, as exportações respondem por 78% das vendas da empresa e, no Uruguai, a 93%.
Gularte ressaltou que durante o primeiro trimestre do ano, o Brasil cresceu 5% em exportações da carne, enquanto as unidades da Marfrig no país avançaram 24% nas vendas para o mercado externo, em meio a uma firme demanda chinesa.
Ele disse ainda que os países do Oriente Médio estão “comprando normalmente”, enquanto a União Europeia reduziu muito suas importações, uma vez que a carne importada é mais consumida em restaurantes, que fecharam devido à pandemia.
De qualquer forma, ele avalia que “é provável que haja aumento nas vendas para os EUA” no curto prazo, já que em situações de crise o consumidor norte-americano tende a elevar as compras no varejo para estocar alimentos.
A exemplo disso, após o surto do coronavírus, Gularte disse que as vendas da proteína já cresceram cerca de 20% no comércio do país.
Quanto à demanda no Brasil, ele ressaltou que o consumo de carnes caiu cerca de 40% em março, e que 80% desta queda ocorreu no food service por causa das medidas de isolamento contra a disseminação do coronavírus.
Fonte: Reuters
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