Caos logístico abala exportação de carne do Paraguai e Uruguai
ago, 27, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202134
Interrupções no transporte marítimo global e rios atingidos pela seca ameaçam reduzir as exportações de carne bovina do Uruguai e do Paraguai, em um momento em que a alta de preços dos alimentos aumenta a inflação em todo o mundo.
No Paraguai, que não tem saída para o mar, os abates nos frigoríficos devem diminuir de 20% a 25% este mês devido à falta de contêineres, à elevação dos fretes e às incertezas em relação aos prazos de transporte, afirmou Korni Pauls, vice-presidente da Câmara Paraguaia de Carnes.
“Isso vai continuar pelo menos até setembro e outubro”, disse Pauls. “Essa redução dos abates se refletirá nos volumes de exportação em setembro.”
Pauls fez os comentários depois que frigoríficos uruguaios alertaram sobre potenciais cortes de produção no mês que vem. A carne congelada está se acumulando em armazéns refrigerados porque os navios porta-contêineres estão desviando do porto de Montevidéu em favor de escalas mais lucrativas.
Alguns frigoríficos uruguaios estão mandando contêineres por terra a portos no sul do Brasil ou mesmo a Valparaíso, no Chile.
O aperto no mercado de contêineres e portos sobrecarregados nos EUA, Europa e Ásia fazem com que companhias de navegação cancelem paradas nos portos da costa atlântica da América do Sul.
Confira abaixo um histórico dos volumes de carne bovina exportados pelo Brasil, Paraguai e Uruguai a partir de 2019. Os dados são do DataLiner:
Exportações de Carne Bovina (HS 0202) do Brasil, Paraguai e Uruguai | Jan 2019 a Jun 2021 | WTMT
Nem mesmo o Brasil, maior exportador mundial de carne vermelha, está imune: a carne bovina está se acumulando nos portos porque não há disponibilidade suficiente de contêineres refrigerados. Embora seus números sejam menores do que os do Brasil, Paraguai e Uruguai se aproximam regularmente do topo do ranking mundial de exportação de carne bovina.
Nos últimos meses, frigoríficos paraguaios começaram a transportar pequenos volumes de carne refrigerada até os portos de Santos e Paranaguá, a um custo imenso, segundo Pauls.
Fonte: Valor Econômico
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