Caramuru acredita que restrições na Argentina podem favorecer farelo de soja brasileiro
mar, 26, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202014
As medidas de prevenção contra o coronavírus adotadas pela Argentina, que restringiram a logística, podem afetar o transporte de soja e seus subprodutos naquele país e, consequentemente, favorecer Brasil nas exportações de farelo de soja. Esta é a visão da Caramuru Alimentos.
“A Argentina está com restrições (de transporte) muito maiores do que as nossas, e isso pode nos beneficiar na exportação (de farelo de soja) porque somos concorrentes diretos e eles são os maiores exportadores do mundo nesse setor”, afirmou o diretor comercial da Caramuru, Fábio Vieira Júnior.
A Caramuru, que entre as empresas de capital brasileiro é a maior processadora de grãos, em uma perspectiva preliminar acredita que o Brasil tende a ser beneficiado pelo cenário argentino.
De acordo com reportagem publicada pela Reuters, nas próximas semanas, a Caramuru deve ficar atenta ao comportamento da demanda para verificar se esta tendência foi confirmada.
De acordo com a câmara de exportadores CIARA-CEC da Argentina, que representa companhias globais incluindo Bunge e Dreyfus, as entregas de grãos de soja por caminhões a plantas de processamento têm sofrido severa interrupção, pois mais de 70 municípios pelo país estão adotando medidas contra o coronavírus que envolvem o controle da movimentação da produção agrícola por suas jurisdições.
Além disso, uma organização de trabalhadores portuários da Argentina pediu nesta quinta-feira, 26 de março, ao governo do país que suspenda por 15 dias as atividades portuárias na nação, principal exportadora global de farelo de soja, para evitar o avanço do coronavírus.
Apesar das incertezas econômicas, o vice-presidente da Caramuru, César Borges, afirmou à Reuters que a perspectiva para a companhia continua positiva.
A demanda interna por farelo, vinda da indústria de carnes, e por biodiesel devem se manter firmes e a valorização do dólar ante o real, aliada ao patamar de preços das commodities em Chicago, formam uma conjuntura ainda melhor que a de 2019 para a empresa, explicou Borges. “No ano passado, crescemos de 3% a 5% em faturamento, para 4 bilhões de reais. Agora devemos encostar em 4,5 bilhões de reais.”
A Caramuru processa derivados de soja, milho, girassol, canola; exporta grãos e derivados; produz biodiesel e opera terminais portuários em Santos (SP), Tubarão (SC), Itaituba (PA), Santana (AP), além de contar com uma rede de 67 armazéns.
A capacidade diária de processamento de soja é de 6.500 toneladas e a de milho, 1.600 toneladas.
Até o momento, a empresa mantém as operações em todas as unidades e não há previsão de suspensões no curto prazo.
Fonte: Reuters
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