Centro-sul deve moer menos cana e reduzir produção de açúcar na safra 2024/25
mar, 08, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202410
A redução prevista das chuvas nos meses de março e abril e a chegada do La Niña no segundo semestre devem provocar uma queda de 64 milhões de toneladas, ou de 9,8%, na moagem de cana no Centro-Sul na próxima safra, a 2024/25, para 592 milhões de toneladas. O atual ciclo, que se encerra este mês, deve alcançar produção recorde de 656 milhões de toneladas de cana. A estimativa foi apresentada ontem pela consultoria Datagro em evento de abertura da safra em Ribeirão Preto (SP).
“A safra que está terminando é para ser guardada na memória. As chuvas de março e abril de 2023 fizeram o tamanho recorde da produção, e a falta de chuva no final permitiu o processamento de toda a cana. Além de chuvas adequadas, não houve geadas, o índice de incêndios foi baixo, a infestação de broca esteve sob controle e o produtor usou bom nível de tecnologia”, disse Plínio Nastari, presidente da Datagro, no evento.
Na avaliação de Nastari, os preços da safra 2023/24 foram bem remuneradores para o açúcar, mas o preço do etanol permaneceu sob pressão durante todo o período devido ao consumo baixo, que começou a se recuperar em agosto.
Segundo a consultoria, as exportações de açúcar devem fechar bem acima da média histórica, com 32,85 milhões de toneladas e um estoque de passagem de 3,28 milhões. E os preços do açúcar, bem mais remuneradores que os do etanol, indicam que a nova safra será também mais açucareira.
A Datagro estimou que a produção de açúcar deve recuar para 40,5 milhões de toneladas no novo ciclo que começa em abril. Na safra passada, foram 42,5 milhões de toneladas. Já a produção de etanol deve sair de 33,52 bilhões de litros para 30,4 bilhões de litros.
Previsão de chuvas 27% abaixo da média histórica nos próximos três meses — período fundamental para o desenvolvimento da cana —, além de precipitações menores e possibilidade de geadas em decorrência do La Niña explicam a estimativa de queda na moagem no novo ciclo.
Com esses fatores, a produtividade por hectare deve cair de 88,3 toneladas para 78,8 toneladas no Centro-Sul, num cenário de crescimento de apenas 1% na área de produção, devido à menor renovação dos canaviais.
Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), concordou que a safra que se encerra trouxe surpresas. “A primeira foi a produção. Em fevereiro de 2023, a estimativa mais otimista falava de 600 milhões de toneladas e agora vamos passar de 650 milhões, um recorde histórico e [alta de] produtividade de mais 19%,” afirmou.
Outra surpresa, segundo ele, foi a disparidade entre as empresas que fazem etanol e as que fazem açúcar porque o preço dessa commodity cresceu 22%, e o do etanol caiu na mesma proporção. Na média, a receita subiu 4% em relação ao ciclo anterior.
Para o diretor da Unica, a competitividade do etanol foi prejudicada por mudanças tributárias no meio de 2022 que permaneceram por 12 meses, levando o consumidor a migrar para a gasolina. Além disso, afirmou, o produtor de etanol hoje tem desafios que vão além de estimar a safra. “O produtor tem que entender do mercado de grãos, de petróleo, estar antenado com as inovações tecnológicas, o mercado de CBios [créditos de descarbonização] e novas regulações. E vai ficar mais complexo com SAF [bioquerosene de aviação], combustível de navio e a competição com outros renováveis.”
Fonte: Globo Rural
Para ler a matéria original, acesse: https://globorural.globo.com/noticia/2024/03/brasil-deve-moer-menos-cana-e-reduzir-producao-de-acucar-na-safra-202425.ghtml
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