China acena com acordo de livre comércio com Mercosul
jan, 09, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202302
A China se diz pronta a negociar um acordo de livre comércio com o Mercosul ou separadamente com qualquer sócio do bloco. É um tema de impacto que dificilmente ficará de fora na visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejar fazer à China proximamente.
Durante o 20º Congresso do Partido Comunista chinês, em outubro, relatório apresentado pelo presidente Xi Jinping destacou a estratégia chinesa de buscar “maior integração na cadeia industrial global e na cadeia de fornecimento e (continuar) a promover a liberalização e a facilitação do comércio e dos investimentos”. Para isso, o país continuará a negociar “acordos de livre comércio de alto padrão” com seus parceiros comerciais.
No fim de novembro, durante o exame da política comercial do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador chinês Li Chenggang observou que o Brasil concluiu vários acordos de livre comércio e renovou ou iniciou novas negociações, e deu a mensagem de Pequim: “A China acredita que é fundamental melhorar a integração regional do Brasil e a diversificação das exportações. Nesse sentido, a China encoraja o Brasil a desempenhar um papel ativo na expansão da rede de acordos regionais de comércio do Mercosul com os principais parceiros comerciais.” E logo lembrou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, o maior mercado para as exportações brasileiras, fonte grande de importações para o Brasil e contribui fortemente no superavit comercial brasileiro.
Indagado pelo Valor sobre aprofundar o discurso do embaixador, o Ministério de Comércio chinês (Mofcom) respondeu sem rodeios: “Isso significa que a China está disposta a negociar um acordo de livre comércio (ALC) com o Mercosul como um todo ou um ALC com qualquer membro do Mercosul.”
Pequim já tem 22 acordos de livre comércio concluídos, por exemplo com Chile e Peru na América do Sul, além de 10 em negociação e oito “em consideração”, como com a Colômbia. Também fez estudo de viabilidade de acordo com o Uruguai, o que na prática causaria desmonte do Mercosul como união aduaneira. Diplomaticamente, para Pequim seria melhor negociar com o Mercosul como um todo. Mas confirma o plano B para negociar em separado.
A diplomata e economista Tatiana Rosito, agora secretária de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Fazenda, cita um estudo do Ipea de 2019 que argumenta que um tratado de livre comércio com a China traria “resultados inequivocamente positivos para a economia brasileira, com ganhos de PIB, investimento, exportações e importações. O saldo comercial seria um pouco pior, mas haveria uma redução significativa do nível de preços agregado e um aumento do grau de abertura da economia.”
Veja abaixo as principais exportações do Brasil para a China nos primeiros onze meses de 2022. Os dados são do serviço de inteligência de negócios DataLiner.
Principais exportações para a China | janeiro 2022 – novembro 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
No entanto, a análise não é consenso na indústria. “Não conheço nenhum segmento [no Brasil] que, primeiro, tenha produção suficiente, e segundo, que tenha o apetite para assumir o risco de aumentar os negócios num mercado daquele tamanho. A China não é um mercado para vender excedentes, os distribuidores não têm interesse em pequenos volumes,” diz Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil na China (2016-2018).
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original, acesse: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/01/09/china-acena-com-acordo-de-livre-comercio-com-mercosul.ghtml
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