China inspeciona frigoríficos brasileiros e solicita correção de pequenas inconformidades

Autoridades chinesas realizaram auditoria remota em frigoríficos brasileiros cujas exportações para o país asiático estão suspensas por casos de Covid-19 entre os funcionários.

Segundo um auditor fiscal agropecuário que acompanhoi a vídeo-inspeção, a auditoria teve resultado positivo. A retomada das vendas, no entanto, depende da correção de pequenas inconformidades detectadas.

De acordo com o auditor Adriano Guahyba, no Rio Grande do Sul, foram inspecionados quatro frigoríficos: dois da Seara, em Passo Fundo e Três Passos; um da BRF e outro da Minuano, ambos em Lajeado.

De acordo com o auditor, ainda não há um documento com o resultado final da inspeção dos chineses. No entanto, o “parecer verbal” das autoridades asiáticas foi favorável.

A documentação chinesa com o resultado da inspeção, e posterior liberação das vendas pela Autoridade Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), só deve ocorrer após os frigoríficos corrigirem inconformidades apontadas pelos chineses.

Segundo o auditor, os problemas detectados são pequenos e, ao que tudo indica, de fácil resolução. Os quatro frigoríficos do Rio Grande do Sul tiveram pelo menos um tipo de inconformidade apontada — uma das plantas teve quatro, revelou Guahyba.

Em nota publicada nesta quarta-feira, o Sindicato Nacional dos Auditores FiscaisFederais Agropecuários (Anffa Sindical) comemorou o resultado da inspeção, que ao todo visitou remotamente oito frigoríficos entre o fim de setembro e começo de outubro.

“Nos próximos dias deve sair o resultado final e a provável retomada das exportações para o país oriental”, afirma o texto da Anffa Sindical. Vale lembrar que o prazo de decisão dos chineses é sempre visto com cautela pelo Ministério da Agricultura. No Brasil, há uma orientação para evitar tratar do tema para não melindrar os chineses. Tanto é assim que o comunicado da Anffa acabou retirado do ar.

O país asiático é o grande destino das exportações brasileiras respondendo por 37% da receita com os embarques de carnes. Entre janeiro e setembro, a China desembolsou US$ 4,7 bilhões para importar 1,5 milhão de toneladas de carnes, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura.

Fonte: Valor Econômico

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