China não renovará antidumping às exportações brasileiras de carne de frango
fev, 28, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202409
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) informou ontem que o Brasil foi notificado da decisão do governo da China de não renovar a medida antidumping aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de produtos de carne de frango. A medida deixou de ser aplicada dia 17, segundo a pasta, e correspondia a uma sobretaxa ao valor do produto importado, variando entre 17,8% e 34,2% de acordo com a empresa exportadora.
O Mdic também informou que 14 empresas brasileiras haviam celebrado “compromissos de preços” com o governo chinês, “obrigando-se a praticar preços superiores a um patamar mínimo pré-estabelecido”. “A reversão da medida exclui a tarifa adicional. Tais medidas prejudicavam a competitividade do produto brasileiro no mercado chinês”, complementou.
De acordo com a nota do Mdic, “o governo brasileiro atuou ativamente junto a autoridades chinesas em diversos foros e durante a realização de mecanismos bilaterais de cooperação em 2023, obtendo a decisão favorável”.
O Brasil é o maior exportador mundial de frango e a China é o principal destino do produto. No ano passado, o país asiático adquiriu 679 mil toneladas de frango do Brasil, o que gerou receita superior a U$ 1,9 bilhão, destacou a Pasta.
“Estamos avaliando de forma positiva a superação da barreira”, disse à reportagem secretário-executivo do Mdic, Marcio Elias Rosa. “A tendência é aumentar a participação no mercado chinês, que é o segundo maior consumidor de carne de frango [no mundo]”.
Segundo Rosa, o tema foi tratado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China no ano passado. Também foi discutido na 9ª reunião da Subcomissão Econômica e Comercial, de nível ministerial , realizada em Beijing. “A evolução dos entendimentos se deve a um estreitamento de relações que ocorreu nos últimos 12 meses”, disse.
Na avaliação do Mdic, o fim do antidumping “faz as exportações de frango do Brasil mais competitivas para aquele mercado e, além disso, abre novas oportunidades para outros produtores brasileiros que, mesmo com seus frigoríficos habilitados, não conseguiam ser competitivos em razão dos direitos antidumping impostos”.
Em nota, a Pasta disse ainda que a não renovação é positiva para o setor avícola e para a relação econômico-comercial do Brasil com a China. “O Brasil permanece dedicado a manter um diálogo aberto e construtivo com os parceiros chineses, buscando oportunidades de cooperação e desenvolvimento sustentável nas relações comerciais”, complementou.
Fonte: Valor Econômico
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