Portos e Terminais

China quer dragar o Rio Paraná

ago, 20, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201935

A gigante estatal de construção chinesa China Communications Construction Co (CCCC) está preparando uma oferta para dragar a parte argentina do rio Paraná, a principal via de carga do país, responsável por transportar soja e milho das fazendas para as rotas marítimas do Atlântico Sul e do mundo.
Representantes da CCCC e de sua unidade de dragagem em Xangai se reuniram com o governo argentino e autoridades portuárias locais para apresentar a ideia da concessão da dragagem.
O Rio Paraná carrega 80% das exportações agrícolas argentinas. O rio é atualmente altamente suscetível a mudanças climáticas – uma seca no ano passado, por exemplo, levou as autoridades a decidirem que os navios precisariam aliviar suas cargas ao longo do rio.

A dragagem do rio Paraná é o maior contrato logístico da Argentina. A China já é a maior compradora de soja do país sul-americano, já que o conglomerado estatal chinês Cofco se tornou, através de aquisições, o maior exportador de commodities agrícolas em operação na Argentina.

Houve uma série de reuniões entre as principais empresas de dragagem do mundo e operadores portuários para a preparação de um estudo sobre o rio, em um passo preliminar para que empresas sejam convidadas a apresentar suas propostas no ano que vem, de acordo com a Câmara Argentina de Atividades Portuárias e Marítimas e a Câmara da Indústria de Soja Acsoja.

A atual concessão para dragagem do rio Paraná deverá ser renovada até abril de 2021– ela envolve manter um canal livre para navios de carga. Em troca, embarcações maiores pagam até 80.000 dólares em pedágio para viajar de e para o centro de grãos de Rosário.

A atual detentora da concessão de dragagem é a empresa privada Jan De Nul, com sede no Luxemburgo. A empresa concorrerá com a CCCC e outras operadoras pela concessão em 2021, segundo fontes do setor com conhecimento direto da situação.

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