Chuvas comprometem potencial da safra de soja no RS
maio, 14, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202419
As fortes chuvas que castigam municípios do Rio Grande do Sul tornam certas as perdas na safra de soja do Estado. Segundo projeções da consultoria Pátria Agronegócios com base nos impactos climáticos apurados até ontem, os produtores gaúchos deverão colher 17,57 milhões de toneladas no ciclo 2023/24.
A estimativa é 2,4 milhões de toneladas inferior às projeções iniciais de colheita para o Estado. Ainda assim, representa um aumento de 35% na comparação com a safra passada, quando uma forte seca prejudicou os campos. Em abril, a consultoria projetava 19,93 milhões de toneladas.
Ao Valor, Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios, confirmou que a revisão para a safra no Rio Grande do Sul é a mais conservadora possível dentro de um cenário em que produtores e analistas esperam novas perdas, já que as chuvas persistem e dificultam um levantamento mais detalhado da situação. “Será complicado ter a real dimensão da quebra de safra no Estado neste momento. Acredito que levará meses para conseguirmos mensurar quanto deixará de ser colhido”, afirmou.
Uma análise da consultoria mostra que as lavouras mais atingidas pelas chuvas estão na região leste do Rio Grande do Sul. No entanto, mesmo no noroeste do Estado, onde estão concentrados os principais produtores, as perdas não estão descartadas.
“No noroeste gaúcho, as lavouras não sofreram com alagamento. Porém, houve excesso de chuva que certamente irá impactar na qualidade das plantas que poderão ser colhidas”, destaca.
Décio Lopes Teixeira, vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), reforçou que os agricultores não devem retirar a soja do solo sob um clima extremamente úmido.
“Quem se arriscou a colher nessas condições pode amargar um prejuízo ainda maior. Há relatos de produtores que colheram o grão em tais condições e a indústria não quis receber. Não vale a pena colher com muita umidade. O ideal é esperar a chuva passar”, afirmou.
Teixeira estima que entre 200 a 300 hectares ainda deverão ser colhidos na região do Planalto Médio, área que fica na metade norte do Rio Grande do Sul e que ele acompanha de perto. Nessa área, as perdas ainda não estão consolidadas, segundo ele.
“O excesso de chuvas deixou as lavouras pretas, o que é um sinal de que o grão está estragado. Mas ainda há condição de se fazer a colheita. A soja avariada ainda tem óleo e proteína que podem ser aproveitados. O impacto maior será na perda de peso dos grãos, que ficará em torno de 50%”, estimou o dirigente.
As fortes chuvas que assolaram áreas urbanas e rurais do Rio Grande do Sul desde o fim de abril já causaram perdas de R$ 1,3 bilhão à agricultura do Estado. Outros R$ 73,7 milhões de perdas foram contabilizados para a pecuária gaúcha, conforme cálculos atualizados ontem pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Segundo boletim da entidade, considerando todos os setores da economia, o prejuízo passa de R$ 8,6 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões no setor público e R$ 1,7 bilhão no setor privado. O setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões, é o que tem mais perdas.
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