Citricultura argentina enfrenta seca e crise cambial

O setor de exportação de citros da Argentina enfrenta grandes dificuldades causadas pela pior seca registrada em 94 anos no país, assim como uma onda de calor, crises cambiais e um aumento da inflação em 102,5% desde o ano anterior. Além disso, há uma grande incerteza sobre qual será o caminho trilhado pelo país a partir das eleições presidenciais que acontecerão ainda este ano.

“A estiagem nos atingiu fortemente neste verão. Tem sido extremamente seco e quente, fazendo com que as primeiras frutas colhidas no ano sofram com tamanhos menores, o que nos torna menos competitivos em relação a outros fornecedores localizados no Hemisfério Sul, que tiveram um verão normal. Embora a maioria das fazendas argentinas tenha um sistema de irrigação, isto não foi suficiente para que as frutas crescessem em um ritmo normal. Esperamos que agora que as chuvas começaram, as frutas de colheita tardia tenham tempo suficiente para atingir tamanhos normais,” diz Nahuel Lavino, gerente de vendas de exportação da Fama, importante exportadora e importadora argentina de citros.

Na semana passada, o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou a criação do chamado “dólar agrícola”, uma nova taxa de câmbio especial para as exportações agroalimentares. Eles esperam que isso reabasteça os cofres do país e simplifique as operações em moeda estrangeira para todos os produtores rurais.

“O câmbio é uma grande dificuldade para a Argentina. Imagine exportar frutas onde para cada dólar que você recebe, o câmbio é de 200 pesos argentinos, mas o câmbio para compras é o dobro, 400 pesos argentinos. Este é mais um fator que torna a Argentina menos competitiva. Existem algumas negociações que tornará novo dólar cambial introduzível para as frutas cítricas, trazendo a taxa cambial para 300 pesos argentinos. Isso ajudaria, mas a quantidade de questões envolvidas é muito problemática.”

“Só para dar outro exemplo, se você quer importar algum material para consertar uma máquina (ex: motor elétrico, sensor, etc), é necessário passar por um processo extremamente complicado que involve um processo alfandegário demorado. Se você tiver a sorte de conseguir a licença, você não pode pagar o fornecedor depois de 180 dias. Sob essas condições, nem os fornecedores querem trabalhar com você, então você acaba sem poder importar nada,” explica Lavino.

Ele conta que a Fama foi fundada há 38 anos com o único objetivo de exportar frutas cítricas. Eles exportam principalmente tangerinas e laranjas, além de toranjas para todo o mundo, da Ásia à Europa e Canadá. Lavino diz que eles permanecem otimistas enquanto procuram sobreviver às últimas crises na Argentina.

Fonte: FreshPlaze

Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.freshplaza.com/north-america/article/9517965/declaration-of-state-of-emergency-for-argentina-s-citrus-is-not-of-much-help-at-all/

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