Seca no Brasil testa a perspectiva de uma boa safra de milho
maio, 06, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202219
O Brasil está esperando uma colheita recorde de milho este ano depois que a seca devastou a colheita de soja do país a apenas alguns meses e, a do milho, a um ano. No entanto, a seca ameaça mais uma vez ameaça reduzir o potencial da segunda safra.
O Brasil é normalmente o segundo maior exportador de milho, atrás apenas dos Estados Unidos, e esses suprimentos decorrem principalmente de sua segunda safra, que responde por três quartos da produção do ano inteiro.
Quatro estados são responsáveis por pelo menos 87% da segunda leva de produção de milho, e o maior estado produtor, Mato Grosso, acaba de vivenciar um dos abril mais secos já registrados. O plantio foi mais rápido que o normal este ano, com cerca de 90% concluído até o final de fevereiro.
Na região norte do Mato Grosso, que contém safras abundantes, as chuvas de abril foram as mais escassas já registradas em relação ao período das duas décadas anteriores a 2016. Isto, combinado com altas temperaturas, levou a segunda safra de milho cair 30% em 2016. O plantio tardio também foi um problema.
Nas últimas duas décadas, os rendimentos de milho do Mato Grosso foram bons em apenas um dos seis anos em que as chuvas de abril foram notavelmente baixas, devido a umidade abundante de maio. As chuvas podem chegar no início da próxima semana, embora as projeções climáticas atuais estejam incertas quanto a isto.
A precipitação de maio é apenas um terço da de abril devido aos padrões sazonais do Mato Grosso. No entanto, se o período seco começar mais cedo do que o normal, as chuvas amplas são menos propensas a retornar. O estado do centro-oeste responde por cerca de 45% da segunda safra de milho do país.
O clima piorou no estado vizinho Goiás, que cultiva 12% da segunda safra de milho. As chuvas de abril foram inferiores a 40% do normal em suas principais áreas de cultivo, e as próximas duas semanas podem apresentar apenas 0,5 polegada (12,7 mm).
Outros 18% e 12% da segunda safra vêm do Paraná e Mato Grosso do Sul, respectivamente, e esses estados registraram mais chuva do que o normal no mês passado. Ambos devem ficar secos nos próximos 10 dias, especialmente o Paraná, embora a safra esteja indo bem até agora.
A agência agrícola do Paraná classificou 92% de seu segundo milho como estando em boas condições no dia 02 de maio, abaixo dos 96% da semana anterior. Cerca de 42% da safra estava sendo polinizada, 32% dos grãos estava em processo de enchimento e 24% aguardavam a polinização. O calor, que pode atrapalhar a polinização, não é esperado na próxima semana, mas a secura deve ser observada.
No entanto, boas chuvas até agora devem amortecer o efeito negativo. As segundas safras de milho do Paraná geralmente atingem ou excedem as médias quando a umidade de abril é ampla, e as perdas de produtividade subsequentes são modestas se as chuvas de maio forem muito leves.
A segunda safra de milho no Paraná no ano passado caiu 50% em relação ao ciclo anterior, já que abril quase não teve chuva. Além disso, o plantio muito tardio levou a danos causados por geadas no final da temporada. O clima seco no final de 2021 e início de 2022 reduziu a produção de soja do Paraná em mais de 40% no ano.
Veja abaixo o histórico das exportações brasileiras de milho de janeiro de 2021 a março de 2022. Os dados são do DataLiner.
Exportações Brasileiras de Milho | Janeiro 2021 – Março 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
ORÇAMENTOS, EXPORTAÇÕES
As exportações de milho do Brasil na safra 2020-21 foram 40% menores do que na temporada anterior por causa da safra ruim. O Departamento de Agricultura dos EUA prevê exportações de 2021-22 em um recorde de 44,5 milhões de toneladas, mais que o dobro do ano anterior.
Estas projeções apontam para uma safra completa de 116 milhões de toneladas. O USDA pode atualizar esse número na próxima semana, embora qualquer redução de safra também possa reduzir as exportações. No mês passado, a Conab fixou a safra em 115,6 milhões de toneladas.
Uma colheita total tão grande superaria substancialmente a alta anterior de 102 milhões de toneladas estabelecida há dois anos e é baseada principalmente em um aumento de 6% na área plantada em relação ao recorde do ano passado. A safra cheia atingiu apenas 87 milhões no ano passado, após uma segunda safra muito fraca.
No ano passado, já se sabia que a queda da safra brasileira levaria a um aumento nas vendas de exportação de milho dos EUA, mas não foi o caso. Os preços altos e o custo relativo barato das alternativas, que incluíam o trigo na época, eram possíveis razões.
A Ucrânia, o quarto maior exportador de milho, está em grande parte fora do mercado e sua data de reinserção no mercado é desconhecida de modo que os importadores podem ter que aumentar a dependência dos suprimentos dos EUA e da Argentina nos próximos meses se a safra do Brasil ficar aquém.
A Ucrânia e o Brasil compartilham clientes importantes no Egito, Irã e Espanha, embora o principal comprador da Ucrânia, a China, atualmente não importe milho da América do Sul devido a restrições fitossanitárias. Japão e Coreia do Sul são os pontos em comum para o milho do Brasil e dos EUA, e os exportadores dos EUA têm a vantagem de proximidade no mercado mexicano.
As exportações de milho do Brasil normalmente atingem o pico por volta de agosto após a segunda safra.
Fonte: Reuters
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