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Com acordo Mercosul-EU, café brasileiro deve ampliar presença no exterior
dez, 27, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana202001
O Brasil é líder mundial na produção e na exportação de café. Somente no ano passado, produziu 61,7 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado. Trinta e seis milhões de sacas foram exportadas, principalmente de café verde, resultando em divisas de US$ 5,15 bilhões em 2018.
Segundo dados da Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), desse total, cerca de 17,5 milhões sacas (49%) foram embarcadas para a União Europeia, especialmente para os mercados da Alemanha, Itália, Bélgica, França e Espanha.
O gráfico a seguir, feito com dados do DataLiner, da Datamar, mostra as exportações brasileiras de café no período de janeiro de 2015 a outubro de 2019:
Fonte: DataLiner/Datamar
Firmado em junho de 2019, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (EU) deve beneficiar os produtores brasileiros de café, já que o acordo prevê a isenção de tarifa para o café verde exportado aos europeus, igualando ao que ocorre atualmente com os processados (solúvel, extratos e café torrado).
Ao entrar em vigor (o acordo precisa ser aprovado pelos parlamentos dos blocos para começar a vigência), o café torrado e solúvel brasileiro, que têm alíquotas de 9% para entrar na UE, atingirão o livre comércio (sem tarifa) em quatro anos no bloco europeu. Com isso, os produtos brasileiros chegarão com custos menores e mais competitivos ao mercado europeu.
A União Europeia foi o segundo maior destino das exportações de café solúvel (466 mil sacas/60kg de solúvel) em 2018. Só perde para os Estados Unidos (o equivalente a 644 mil sacas/60kg). Com a entrada em vigor do acordo e a extinção da tarifa no período de quatro anos, a Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café solúvel) projeta um crescimento de 35% em volume exportado nos próximos cinco anos.
Conforme o acordo, parte do café verde importado pela UE para produção de torrado (40%) e solúvel (entre 40% e 50%) deve ser proveniente do Brasil, exigência para que os europeus possam vender café torrado e solúvel com redução de alíquotas ao Mercosul. No caso do bloco sul-americano, também há a necessidade de se utilizar parte de café verde brasileiro para o produto sul-americano ter tarifa preferencial na UE.
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