Com aumento do frete para Ásia, diferença de preços de contêiner em portos do Nordeste virou detalhe
jul, 28, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202230
No meio da disputa que se estabeleceu entre as empresas interessadas na compra de uma parte do terreno do Estaleiro Atlântico Sul, tem uma questão relacionada ao custo da movimentação de contêineres no Porto de Suape, classificado como o mais caro do Brasil para os chamados serviços de capatazia.
De fato, comparado aos portos do Ceará, como Fortaleza (R$ 900) e Pecém (R$ 845), por THC cobrado por armado do cliente, Suape, que cobra R$ 1.230, a diferença de preços de contêiner chega a R$ 405 – embora Salvador (BA), com R$ 1.150, e Vitória (ES), com R$ 1.030, não sejam muito expressivos.
Entretanto, num cenário onde o custo de um contêiner para e vindo de rotas asiáticas tem o valor médio de US$ 9 mil (R$ 49.500), esta parece ser uma diferença que definitivamente não é determinante para o exportador ou importador definir por qual porto optar.
Especialmente porque para os armadores importa pouco onde o contêiner está, já que na tabela de fretes Vitória, Salvador, Suape e Pecém têm custos iguais nas linhas asiáticas.
Claro que agregar R$ 405, por contêiner, para quem precisa reduzir custos, importa. Mas o problema depois da pandemia e da parada do porto Xangai da China não é mais a taxa de capatazia, mas custo do frete cobrado pelo armador (na média U$ 10,600), segundo estudo da CNI.
Em janeiro de 2020, os preços eram US$ 2,1 mil. Em janeiro de 2021 subiram para US$ 9 mil e, em janeiro de 2022, US$ 11,200. Em abril, baixaram um pouco, mas já voltaram aos U$ 10,600 em julho.
Na semana passada, a CNI divulgou um estudo assustador para quem usa serviços portuários. Afirma que frete com valor de US$ 10 mil por contêiner é o novo normal no mercado de navegação.
Ela analisou os efeitos da crise logística internacional, desencadeada pela covid-19 no Brasil e nas principais rotas de navegação do mundo. As interrupções na China e noutros países, que se refletiram na parada geral de serviços de transportes e encomendas. É impacto para quem exporta, e especialmente para quem importa no Brasil.
Esse é um fenômeno global. De acordo com os dados, o custo de transporte de um contêiner de 40 pés do Brasil para portos dos Estados Unidos está próximo à US$ 10 mil. É valor oito vezes superior ao observado antes da pandemia.
Para Gabriel Carvalho, da operadora Blue Contêiner, que atende empresários do Nordeste, o valor é 4x maior que o observado antes da pandemia, mas representa uma queda de 29% em relação ao fim de 2021 – quando chegaram a US$ 13 mil.
Carvalho acredita que com normalização das rotas os preços tendem a estabilizar. Mas num novo patamar. Isso tem a ver com custos de combustíveis, reorganização de rotas e os preços do dólar. Mas definitivamente frete de US$ 4 mil acabou.
Todo esse cenário, e mais ainda a perspectiva de verticalizar serviços, é o que move empresas como a Maersk de ter TUP espalhados pelo mundo. Com os novos preços dos fretes, R$ 400 num contêiner em porto do Nordeste virou detalhe.
Fonte: Jornal do Comércio
Para ler o artigo original completo, acesse: https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/jc-negocios/2022/07/15052623-com-aumento-do-frete-para-asia-diferenca-de-precos-de-conteiner-em-portos-do-nordeste-virou-detalhe.html
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