Economia

Combustíveis e fertilizantes americanos ganham espaço

fev, 10, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202307

A guerra na Ucrânia e a crise energética levaram o Brasil a importar recorde de fertilizantes, combustíveis e carvão dos EUA, em valores, em 2022.

As compras vindas dos EUA alcançaram no ano passado cifra recorde de US$ 51,3 bilhões, segundo dados compilados pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil). O aumento nos preços médios das importações, de 35,6% no geral, é o principal fator que explica o aumento das importações, sobretudo de fertilizantes, combustíveis e carvão.

“Essa mudança [no comércio] de energéticos vem acontecendo desde ano passado. Houve crescimento em ambas as direções [das vendas americanas ao Brasil e das brasileiras aos EUA]. Parte disso é resultado do choque de derivados de petróleo na Europa, do aumento da cotação internacional e também pelo fato de os EUA terem sancionado importações de petróleo, o que abriu espaço para vendas brasileiras”, afirma Abrão Árabe Neto, CEO da Amcham.

Ele afirma que neste ano a tendência é de acomodação dos preços internacionais.

Dentre os dez principais produtos americanos importados pelo Brasil em 2022, estão óleos e combustíveis, motores e máquinas não elétricos, gás natural, petróleo bruto, carvão, adubos ou fertilizantes químicos, inseticidas, fungicidas e herbicidas.

Fabrizio Panzini, superintendente de relações governamentais da Amcham Brasil, diz que a alta das importações americanas pelo Brasil, que levou o déficit da balança com os EUA a US$ 13,9 bilhões, é explicada não só por aumento dos preços no mercado externo mas também por maior demanda.

“A quantidade importada pelo Brasil cresceu. Não foi apenas o efeito-preço”, diz. “Também houve aumento de preço muito relevante de bens relacionados a energia, petróleo bruto e óleos combustíveis, principalmente, mas não só. Então, o produto ficou mais caro.”

Panzini argumenta ainda que a guerra foi uma das razões mais importantes para o aumento de preço e também levou a desvios de comércio que explicam os movimentos na balança comercial Brasil-EUA no último ano. “A energia e fertilizantes, adubos, fungicidas, que eram mais comprados da Rússia, tiveram diversificação de fornecedores para o Brasil. E os Estados Unidos acabaram se tornando um dos principais”, conclui.

Fonte: Valor Econômico

Para ler a reportagem original, acesse: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/02/09/combustiveis-e-fertilizantes-americanos-ganham-espaco.ghtml

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