Comerciantes de café aceleram importações em antecipação a lei de desmatamento da UE, diz ICO

Importadores de café aumentaram recentemente o ritmo de suas compras, buscando evitar problemas a partir de dezembro, data de quando entrará em vigor o Regulamento da União Europeia sobre Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), informou a Organização Internacional do Café (OIC) na quarta-feira, 22 de maio.

A Diretora Executiva da OIC, Vanusia Nogueira, destacou que os estoques de café nos países produtores estão diminuindo à medida que os importadores correm para enviar os grãos para a Europa antes da nova legislação, que proibirá a entrada de produtos agrícolas produzidos em áreas desmatadas.

“Os importadores estão acelerando os embarques porque há questões sobre a lei que os europeus ainda não responderam”, afirmou Nogueira durante o Seminário Internacional do Café 2024, em Santos, Brasil. “E quem sabe se teremos surpresas?”, acrescentou.

A União Europeia é o maior mercado consumidor de café do mundo, enquanto a produção se concentra em países tropicais. Nogueira mencionou que há uma expectativa de que a União Europeia conceda um período de adaptação para que os países produtores e comerciantes se ajustem à nova legislação, mas isso ainda não é certo.

O gráfico a seguir baseia-se em dados derivados do DataLiner para mostrar o volume de exportação de grãos de café do Brasil entre janeiro de 2021 e março de 2024.

Exportação de grãos de café | Jan 2021 – Mar 2024 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Ela explicou que países como Brasil, Colômbia e Costa Rica estão mais preparados para lidar com o EUDR, que exige certificação de que o café não foi cultivado em áreas desmatadas. Em contrapartida, pequenos agricultores em países africanos enfrentariam maiores desafios para se adequar às exigências.

A antecipação dos embarques visa evitar transtornos logísticos e comerciais que podem surgir com a implementação da nova regulamentação. A corrida para cumprir os requisitos e evitar a interrupção no fluxo de exportações de café ressalta a importância de adaptações rápidas e eficazes às novas normas ambientais impostas pelo mercado europeu.

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