Conab reduz previsão de safra de soja, mas ainda vê grande produção

Os agricultores brasileiros devem alcançar uma produção recorde de soja no ciclo 2023/24, mesmo após as más condições climáticas levarem a agência de abastecimento Conab a reduzir a expectativa de produção em cerca de 5 milhões de toneladas na quarta-feira, 10 de janeiro.

A Conab afirmou que o El Niño trouxe calor excessivo e seca no centro do Brasil, além de chuvas excessivas no sul.

Como resultado, a agência estimou a produção de soja em cerca de 155,3 milhões de toneladas, 4,2% abaixo da previsão inicial.

A colheita começou mais cedo e está em andamento em áreas de Mato Grosso, principal estado produtor de grãos do Brasil, conforme relatado pela Conab.

A agência destacou que temperaturas elevadas e escassez de água, principalmente na Região Centro-Oeste, prejudicaram algumas plantações.

Esta também afirmou que a produtividade média da soja para a colheita 2023/24 será 2,2% menor em comparação com a temporada anterior, ficando em 3.431 quilogramas por hectare.

Previsões feitas por empresas privadas também indicaram uma piora na perspectiva da safra de soja no Brasil. Pelo menos duas reduziram as expectativas de produção em janeiro, estimando entre 151 milhões e 153 milhões de toneladas.

A Conab também adotou uma visão conservadora em relação ao milho, afirmando que a produção total diminuirá quase 11%, para uma estimativa de 117,6 milhões de toneladas.

A agência mencionou uma redução na área plantada com milho e afirmou que se espera uma menor produção de milho safrinha.

O milho safrinha, plantado após a colheita da soja nos mesmos campos, enfrenta um aumento no risco climático nesta temporada. Esse cultivo representa cerca de 75% da produção nacional em um determinado ano.

A redução na produção de milho afetará a capacidade do Brasil de exportar, conforme dados da Conab.

O país deve exportar cerca de 35 milhões de toneladas de milho nesta temporada, abaixo das 56 milhões de toneladas na anterior, quando ultrapassou os Estados Unidos como o principal fornecedor mundial de milho.

O Brasil deve permanecer como o principal exportador mundial de soja, enviando uma estimativa de 98,4 milhões de toneladas no ciclo 2023/24, conforme afirmou a Conab.

Isso se compara ao recorde de 101,8 milhões de toneladas da temporada anterior.

(Reportagem de Ana Mano da Reuters)

Fonte: Reuters via Nasdaq

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