Estudo da Datamar aponta desequilíbrio entre oferta e demanda de contêineres reefer na região do ECSA
out, 15, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202043
No último dia 15 de outubro, o CEO da Datamar, Andrew Lorimer, foi um dos palestrantes 12th Cool Logistics Global conference, evento que este ano teve como tema ‘Redesenhando a Cadeia de Frio: Imagine, Transforme e Reconstrua’. A conferência é o principal fórum para profissionais de logística, transporte e cadeia de suprimentos com foco em cargas perecíveis.
Lorimer falou sobre o mercado de contêineres reefer na Costa Leste da América do Sul, principalmente da falta do produto no mercado por conta do desequilíbrio entre importações e exportações.
Nos oito primeiros meses deste ano, foram exportados quase sete vezes mais contêineres reefer pela região do ECSA do que importados. Mas esta situação não ocorreu apenas em 2020. Nos últimos anos, a proporção de exportação vs importação é aproximadamente de 1 para 6, o que vem gerando desafios de abastecimento de contêineres reefers e, por consequência a adoção de soluções como NOR (non-operating reefer), importação de contêineres vazios, entre outros.
Confira no gráfico a seguir as importações e exportações de contêineres reefer na Costa Leste da América do Sul no período de janeiro a agosto ano a ano a partir de 2010:
Desequilíbrio do mercado de contêineres reefer | Jan a Ago 2010-2020 | TEU
Fonte: DataLiner
Dados do DataLiner apontam que o Brasil responde por 75% das exportações via contêiner reefer no ECSA no período entre 2017 e 2019, seguido pela Argentina (17%), Paraguai (6%) e Uruguai (2%). Apesar disso, o Brasil tem a menor porcentagem de exportação via contêiner reefer entre os demais tipos de contêiner da região, 23%, seguida pela Paraguai e Argentina, ambos com 30% e Uruguai, com 38%.
Já em relação às importações via contêineres reefer, a liderança também é brasileira, com 86% dos contêineres reefer importados pela região. Argentina tem 7% do total, Uruguai 6% e Paraguai 1%. Entre as importações via contêiner reefer em relação às importações via outros tipos de contêiner, as porcentagens de Brasil e Uruguai são as mesmas: 5%. Paraguai tem 2% e Argentina 1%.
Crescimento constante
Na média dos últimos dez anos, as exportações via contêiner reefer têm registrado crescimento constante de 1,9% ano a ano e atualmente, a categoria representa 25% do volume total de contêineres exportados.
Apesar disso, a demanda chinesa por proteína animal fez com que, nos últimos três anos, as exportações dessa categoria registrassem crescimento superior à média, dando representatividade ao reefer. Vale lembrar que, nesse período, a China vem enfrentando escassez de carne suína por conta da gripe suína africana, que dizimou seus rebanhos e aumentou sua necessidade de importação de proteína animal. Em 2020, a demanda chinesa por carne suína foi a grande responsável pelo aumento das exportações via reefer. Confira no gráfico a seguir:
Exportações da região do ECSA por tipo de contêiner | Jan a Ago 2010-2020 | TEU
Fonte: DataLiner
A China é, agora, o principal destino das exportações via contêiner reefer da região do ECSA, com 31% do total. Essa representatividade vem crescendo ano a ano: 10% em 2010, 12% em 2011 e 2012, 14% em 2013, 16% em 2014, 17% em 2015, 20% em 2016 e 2017, 23% em 2018 e 28% em 2019.
Já as importações de contêineres reefer pela Costa Leste da América do Sul permanece relativamente estável desde 2016. Apesar disso, no acumulado janeiro a agosto de 2020, elas caíram 4%. Acompanhe os dados ano a ano no gráfico abaixo:
Importações da região do ECSA por tipo de contêiner | Jan a Ago 2010-2020 | TEU
Fonte: DataLiner
Principais produtos exportados via contêiner reefer
As carnes são os principais produtos exportados via contêiner reefer, segundo os dados do DataLiner, com 68% do total, seguida por frutas, com 14%, peixes, com 6% e sucos, com 4%. Os outros produtos correspondem a 9% do total. Vale destacar que com exceção da evolução do volume carne, as demais categorias têm volumes relativamente constantes.
Por fim, a conclusão do estudo realizado pela Datamar para a Cool Logistics Global conference é que a queda das importações e o aumento das exportações agravaram o problema de desbalanceamento de contêineres Reefer. Isso implica em um aumento na importação de NOR e contêieneres Reefer vazios. Confira a seguir?
Desequilíbrio de contêineres | 2010 a 2020 por mês | TEU
Fonte: DataLiner (Para solicitar um demo do DataLiner clique aqui)
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