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Crise no Mar Vermelho pode durar até o próximo ano, alerta Maersk
maio, 02, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202417
O arrefecimento do comércio global devido à intransitabilidade do Mar Vermelho ou do Canal de Suez para viagens entre a Ásia e a Europa pode se estender até o próximo ano, afirmou Vincent Clerc, presidente-executivo do segundo maior conglomerado de contêineres do mundo.
Segundo Clerc, da AP Møller-Maersk, não há indícios de alívio das tensões após os ataques dos rebeldes Houthi, que forçaram as empresas de transporte de contêineres a desviar suas embarcações contornando o Cabo da Boa Esperança, acarretando em aumento de tempo e custo no transporte de mercadorias.
“Podemos perceber que a situação no Mar Vermelho não será passageira, mas persistirá pelo menos até a segunda metade do ano… Não estamos muito otimistas quanto a uma solução imediata para o Canal de Suez”, disse ele ao Financial Times.
Os custos de transporte de contêineres, essenciais para o comércio global, têm aumentado desde que os ataques Houthi começaram em meados de novembro, enquanto o prolongamento do tempo de entrega tem causado transtornos na cadeia de suprimentos para varejistas e fabricantes.
A Maersk informou que os volumes foram mais robustos do que o esperado no primeiro trimestre deste ano, o que, somado à perturbação prolongada no Mar Vermelho, levou a empresa a elevar sua orientação financeira para o ano em curso. Agora, espera-se que tenha um prejuízo operacional entre zero e 2 bilhões de dólares, anteriormente estimado em até 5 bilhões de dólares.
“As receitas da Maersk caíram 13% no primeiro trimestre, para US$ 12,4 bilhões, em relação ao ano anterior. Seu lucro operacional caiu de 2,3 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2023 para 177 milhões de dólares este ano, mas melhorou em relação à perda de 537 milhões de dólares no quarto trimestre”.
Clerc observou que a Maersk continua prevendo um prejuízo operacional para o ano, apesar dos volumes acima do esperado, devido ao grande número de novos navios encomendados por concorrentes que provavelmente entrarão em operação este ano, levando a um excesso de capacidade.
“Embora tenhamos uma prorrogação, esperamos que seja temporária. Com o tempo, essa prorrogação será superada pelo grande número de navios que entrarão em operação”, acrescentou.
No entanto, ele alertou que permanece a incerteza sobre o momento dessa tendência, que pode começar no quarto trimestre deste ano ou no início do próximo. Ele ressaltou a importância de a Maersk permanecer “muito, muito disciplinada em nossa gestão de custos” e não presumir que a situação atual persistirá.
Clerc também expressou preocupação com a possibilidade de que o aumento dos custos decorrentes da navegação ao redor do Cabo da Boa Esperança possa gerar pressões inflacionárias difíceis de serem revertidas.
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