Critério para produção rural sustentável pode elevar vendas à China
fev, 22, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202408
Relatório da Climate Bonds Initiative (CBI) aponta que o estabelecimento de critérios para a produção rural sustentável no Brasil pode facilitar e ampliar ainda mais o comércio com o principal cliente do setor, a China.
O estudo indica que os dois países poderiam colaborar em uma “taxonomia harmonizada” para a agricultura verde no futuro. Ou seja, a possibilidade de comparar e alinhar os critérios para concessão de finanças verdes entre os dois países. Com isso, Brasil e China conseguiriam definir o que é “verde” dentro do setor, com regras claras, para facilitar o entendimento do público interessado e facilitar os fluxos financeiros.
A taxonomia sustentável é um sistema de classificação que se baseia em um conjunto de critérios para delinear atividades econômicas e ativos que se alinham a objetivos ambientais e de sustentabilidade significativos. Em mercados “harmonizados”, a medida pode agilizar o fluxo de capital entre fronteiras. Do contrário, pode haver confusão sobre as regras por empresas e investidores.
Segundo a CBI, isso potencializaria os fluxos financeiros verdes entre os mercados brasileiro e chinês e criaria um entendimento comum sobre os benefícios de comprar de cadeias sustentáveis.
O documento destaca que China e Brasil já tentam harmonizar esses critérios internamente, reconhecem os desafios comuns de degradação de terras, poluição e mudanças climáticas e compartilham prioridades políticas. O foco sino-brasileiro deve ser a descarbonização do uso do solo, a captura de carbono por florestas e agricultura, a rastreabilidade da produção e a conservação da biodiversidade.
A CBI aponta ainda que o desenvolvimento de infraestrutura “adaptativa às mudanças climáticas e amigável ao clima” deve ser incorporado como uma base crítica para uma produção agrícola eficiente e de alta qualidade.
O documento faz sete recomendações práticas para a transição verde e o desenvolvimento sustentável bilateral. A primeira é estabelecer critérios para agricultura sustentável a partir da criação de um quadro colaborativo entre os bancos centrais de China e Brasil para práticas, investimentos e atividades de financiamento da produção. A CBI destaca também a necessidade de priorizar áreas-chave e intensificar inovação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias.
A entidade defende que sejam estabelecidos acordos bilaterais de comércio que apoiem investimentos e financiamentos à agricultura sustentável. E indica a oportunidade de direcionar fluxos de capital, como um fundo especial entre Brasil e China, para apoiar o setor e priorizar empréstimos “verdes”.
O relatório também sugere a redução dos custos de transação, com abordagens inovadoras para criar um ambiente financeiro mais propício aos aportes na sustentabilidade da produção do campo, e a criação de plataformas de parceria com instituições financeiras para incentivar a colaboração na identificação de projetos.
“O compromisso do Brasil com a agricultura sustentável fica evidente nas mais diversas iniciativas voltadas ao aumento da eficiência dos setores produtivos do agro. (…) Juntamente com a China, estamos trilhando um caminho rumo a um cenário agrícola mais verde e sustentável”, destaca Sheila Alves, gerente do Programa de Agricultura na América Latina e Caribe da CBI, em nota.
Shaoxin Li, líder da Transição Agrícola na China da CBI, diz que o país asiático está na vanguarda das finanças climáticas e tem usado isso para apoiar a agricultura no enfrentamento das mudanças climáticas e promover a biodiversidade.
Fonte: Globo Rural
Clique aqui para acessar o texto original: https://globorural.globo.com/especiais/fazenda-sustentavel/noticia/2024/02/criterio-para-producao-rural-sustentavel-pode-elevar-vendas-a-china.ghtml
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