DataLiner: Importações e exportações via contêineres caem em junho no comparativo anual
jul, 29, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202230
Dados sobre a movimentação de contêineres no Brasil em junho, recém-divulgados pela Datamar, apontam que no sexto mês do ano tanto as importações como as exportações caíram em volume no comparativo anual. A queda também é observada no acumulado dos seis primeiros meses de 2022 em relação a igual período do ano anterior.
Exportações
Em junho, foram exportados 224.298 TEUs, uma queda de 3,38% em relação a junho de 2021. Confira abaixo o comparativo mês a mês:
Exportações Brasileiras via contêineres (mês a mês) | Jan – Jun | 2019 – 2022| TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Já no acumulado dos seis primeiros meses de 2022, as exportações brasileiras via contêineres atingiram 1.442.477 TEUs, uma queda de 2,4% em relação ao primeiro semestre de 2021. Veja a seguir:
Exportações Brasileiras via contêineres (acumulado) | Jan – Jun| 2019 – 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
De acordo com a equipe de Business Intelligence da Datamar, essa queda não foi percebida em todos os portos. Enquanto Paranaguá, por exemplo, exportou 21 mil TEUs a mais no primeiro semestre de 2022, os Portos de Rio Grande e Itajaí perderam volumes. Itajaí, por exemplo, exportou uma quantidade 40% inferior em relação ao período de janeiro a junho de 2021.
As carnes foram os destaques nas exportações via contêineres, principalmente o crescimento nos embarques de frango (+8,4%) para a China e para os países árabes e a carne bovina (+30,5%) para os Estados Unidos e a China.
Outra carga que cresceu consideravelmente foi o papel, que 21,5% no período. Em contrapartida, as exportações de algodão caíram 22,7% no comparativo janeiro a junho de 2022 e 2021.
Importações
O dólar alto e os lockdowns dos portos chineses, entre outros fatores, contribuíram para a queda das importações via contêineres pelo Brasil. Em junho, foram importados 173.445 TEUs, uma queda de 12,69% em relação a junho de 2021.
Importações brasileiras via contêineres (mês a mês) | Jan – Jun | 2019 – 2022| TEUs
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No comparativo do acumulado dos seis primeiros meses de 2022 em relação a igual período de 2021, a queda foi ainda mais significativa: -15,1%.
Importações Brasileiras via contêineres (acumulado) | Jan –Jun | 2019 – 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Análise da equipe de Business Intelligence da Datamar aponta que praticamente todos os portos tiveram queda nos volumes importados. Santos recebeu 33.135 TEUs a menos neste primeiro semestre de 2022 em relação a igual período de 2021, volume 6,2% menor. Navegantes recebeu 31.944 TEUs a menos, queda de 19,5% no mesmo comparativo.
Em relação às principais cargas importadas, os destaques são a queda nos volumes de autopeças (-6,6%), plástico (-33,8%) e fertilizantes (-31,5%, sendo que os nitrogenados caíram 51,06% no comparativo janeiro a junho de 2022 e 2021. Em contrapartida, as importações de pesticidas tiveram um aumento de 72,2% no mesmo comparativo.
Perspectivas
Para o próximo semestre, o comércio marítimo internacional está de olho na China já que, no último dia 28 de julho os governantes chineses praticamente admitiram que o país não cumprirá sua meta de crescimento neste ano e sinalizaram que manterão as medidas de tolerância zero de sua política de combate à covid-19.
Poucos economistas esperam que a China cumpra sua meta oficial deste ano de expansão de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), especialmente depois que Pequim anunciou um crescimento de apenas 0,4% no segundo trimestre, em comparação com o ano anterior.
Além disso, segundo análise do Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco (DEPEC), a percepção de acomodação da economia global permanece. A economia americana registrou queda de 0,9% no segundo trimestre, abaixo do esperado pelo mercado e refletindo perda de tração do consumo de bens e investimento.
Da mesma forma, o FMI reduziu a expectativa de crescimento da economia global tanto para 2022 quanto para 2023, embora mantendo as projeções de inflação em patamares elevados. A percepção de acomodação da atividade econômica global, por ora, não deve impedir as autoridades monetárias de seguirem no ciclo de aperto monetário, visto a sinalização de alguma tolerância com eventual ciclo recessivo em um ambiente ainda de inflação muito elevada, sobretudo por parte do banco central norte-americano.
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