Decisão chinesa de cancelar compras de milho dos EUA deixa mercado dividido

A decisão da China de cancelar algumas compras de milho dos EUA provocou reações mistas no mercado de grãos. Alguns chegaram a citar o milho brasileiro, uma opção mais barata, como o principal fator por trás da medida, enquanto outros culparam a logística dos EUA pela mudança.

O Departamento de Agricultura dos EUA divulgou um relatório aos exportadores em 24 de abril, mostrando que a compra de 327.000 toneladas de milho estadunidense pela China, com entrega prevista para o ano comercial 2022-23, foram canceladas.

Em um relatório separado, o USDA disse que apenas 913.813 toneladas de milho foram inspecionadas durante a semana encerrada em 20 de abril, uma queda de 26% em relação ao volume da semana anterior. O total de inspeções para o atual ano de comercialização chegou a 22,360 milhões de toneladas, 36% abaixo do volume do ano anterior.

A notícia empurrou os preços globais do milho para baixo e deixou o mercado sem respostas.

Durante a noite, a safra antiga e os futuros de julho negociados ativamente na Bolsa de Chicago caíram 7,75 centavos/bu para fechar em 607,5 centavos/bu, enquanto os futuros de setembro (U) caíram 2 centavos/bu para 550,75 centavos/bu, estreitando o inverso para 56,75 centavos/bu em 24 de abril.

De acordo com algumas fontes, a queda nos prêmios do milho brasileiro com embarques já em julho e agosto levou os compradores chineses a redirecionar a demanda para o Brasil.

Decisão inesperada? 

A decisão dos compradores chineses de cancelar algumas compras de milho dos EUA não foi algo totalmente inesperado para os traders asiáticos.

“Economicamente, era apenas uma questão de tempo para que isto acontecesse, dado a posição dos EUA em relação ao preço do milho brasileiro”, disse um trader de Cingapura.

O cancelamento das compras também pode estar atrelado à uma mudança na tendência de compras opcionais que, originalmente, tiveram os EUA como origem. “Acho que estas podem ter sido vendas opcionais que podem facilmente ser trocadas de origem sempre que [o preço] for mais vantajoso,” disse outro trader.

Enquanto isso, nos EUA, alguns players atribuíram o cancelamento das compras à logística.

“… o cancelamento dos seis carregamentos de milho para a China foi no fundo para liberar o frete de modo a acomodar as mudanças na produção e venda de soja argentina com destino à América do Norte. No entanto, a maioria interpretou isso como algo negativo”, disse um trader de grãos dos EUA.

Os volumes agora cancelados de milho dos EUA terão que encontrar um novo lar, com a Ásia permanecendo um destino improvável, já que a demanda regional já está sendo suprida. A Coreia do Sul garantiu a cobertura da demanda de milho até agosto com grãos da América do Sul; Taiwan ainda anunciará uma nova posição; enquanto o Japão já garantiu os embarques de junho vindos dos EUA e os embarques de julho provavelmente virão do Brasil e da Argentina, exceto por alguma demanda inelástica de milho dos EUA.

Fonte: S&P Global

Clique no link a seguir para ler a matéria original: https://www.spglobal.com/commodityinsights/en/market-insights/latest-news/agriculture/042523-chinas-move-to-cancel-us-corn-purchases-leaves-asian-traders-in-split

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