Déficit do governo em 2023 é o segundo maior de todos os tempos
jan, 30, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202405
O déficit primário do governo central do Brasil atingiu 230,5 bilhões de reais ($47 bilhões) em 2023, conforme dados do Tesouro divulgados na segunda-feira (29 de jan), em uma acentuada deterioração fiscal que coloca em dúvida a meta oficial de equilibrar as contas neste ano.
O déficit anual, equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), reverte um superávit de 0,5% em 2022 e representa o segundo maior já registrado pelo país, ficando abaixo apenas de 2020, quando o governo aumentou os gastos durante a pandemia de COVID.
O déficit segue um resultado negativo de 116,1 bilhões de reais em dezembro, impactado por desembolsos de 92,4 bilhões de reais para quitar pagamentos ordenados pela justiça.
O governo brasileiro tem a meta de eliminar seu déficit primário neste ano, mas os mercados têm sido céticos quanto às chances de cumprimento da promessa, dada a significativa expansão fiscal no ano passado.
Perguntado em uma coletiva de imprensa sobre a confiança do governo em alcançar a meta, o Secretário do Tesouro, Rogério Ceron, enfatizou que os pagamentos ordenados pela justiça representaram uma parte significativa do déficit de 2023.
“Olhando para 2024, temos visto sinais positivos, em linha com nosso planejamento”, acrescentou, destacando que a receita superou as expectativas em janeiro.
Em 2021, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro promulgou uma emenda constitucional no Congresso para impor um teto anual aos pagamentos ordenados pela justiça, levando a um acúmulo não pago que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou posteriormente.
O déficit anual de 2023 vem após um aumento de 12,5% em termos reais nos gastos, enquanto a receita líquida do governo central – composta por Tesouro, banco central e Previdência Social – caiu 2,2% durante o ano.
Excluindo o impacto dos pagamentos ordenados pela justiça, o déficit primário para o ano teria sido de 138,1 bilhões de reais, ainda superando as cifras inicialmente indicadas pelo governo de esquerda, que aumentou os gastos sociais.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assumiu o cargo prometendo alcançar um déficit equivalente a 1% do PIB neste ano, ou cerca de 100 bilhões de reais. No entanto, nos últimos meses, ele e sua equipe reconheceram que essa meta não seria mais alcançável. Ao apresentar novas regras fiscais, a administração do presidente Lula projetou um déficit ainda mais ambicioso de 0,5% do PIB para este ano.
Fonte: Reuters
Clique aqui para acessar a matéria original: https://www.reuters.com/world/americas/brazils-central-govt-deficit-soars-2023-marking-second-largest-ever-recorded-2024-01-29/
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