Demanda chinesa por soja brasileira deve crescer nos próximos dez anos
maio, 19, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202022
A Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – Investe SP acredita a China vai continuar a liderar as importações globais de grãos e reduzir as compras de carnes no exterior na próxima década. A análise consta no relatório China Agricultural Outlook 2020-2029, produzido a partir de uma conferência realizada recentemente em Pequim, que traçou as perspectivas agrícolas para o país asiático, projetando suas necessidades para os próximos dez anos.
Ao longo dos próximos dez anos, a China se manterá como grande importador de grãos, com destaque para soja, milho, trigo e arroz, além de açúcar e os produtos de origem animal, como carne bovina, suína e de frango. Outros produtos como frutas, ovos, lácteos e pescados também poderão gerar oportunidades para o agronegócio brasileiro.
O Brasil é o principal fornecedor de soja da China. Das 88,6 milhões de toneladas importadas em 2019, cerca de 65% foram provenientes do Brasil. Para a próxima década, os chineses se manterão como os maiores importadores de soja do mundo, com uma taxa média anual de crescimento próxima a 1%, podendo se aproximar das 100 milhões de toneladas importadas em 2029. Se confirmado, o volume representaria um incremento próximo a 13% nas compras chinesas de soja.
O gráfico a seguir mostra as exportações brasileiras de soja para a China e para o resto do mundo mês a mês:
Fonte do gráfico: DataLiner (Para solicitar um demo do DataLiner clique aqui)
No caso do milho, o Brasil ainda não aparece como fornecedor relevante. Pequim tem buscado garantir seu abastecimento na Ucrânia. Contudo, diante do aumento significativo da produção brasileira e dos atuais patamares da taxa de câmbio, o produto nacional talvez passe a ser mais competitivo no mercado chinês.
Para as importações de carne suína e de frango, existem dois cenários distintos, sendo um de curto e outro de longo prazo. Em 2020, a China dele elevar em mais de 30% suas importações de suínos e alcançar 2,8 milhões de toneladas, ainda como reflexo da crise da gripe suína africana que atingiu o país a partir de 2018. Contudo, segundo o relatório, a China tende a recuperar ao longo da próxima década sua produção doméstica, reduzindo assim a necessidade de importações. Diante desse cenário, a perspectiva é que as importações de suínos fiquem em 1,95 milhões de toneladas em 2029, o que representaria uma retração de 30,3% em comparação às necessidades de compras externas deste ano.
Na mesma linha dos suínos, o cenário é semelhante para a carne de frango. No ano passado as importações da China chegaram 779 mil toneladas, um crescimento de 55% em comparação a 2018. Para 2020, a perspectiva é que as compras alcancem 860 mil toneladas, o que representará um incremento de 10,4% sobre 2019. Diante do crescimento da produção doméstica, que tem ocorrido ao longo dos últimos dez anos, a expectativa é que a necessidade chinesa por importações de carne de frango se reduza e fique em 590 mil toneladas em 2029, cerca de 30% a menos que será importado neste ano.
Confira no gráfico a seguir as exportações de carne suína, de frango e bovina do Brasil para a China a partir de janeiro de 2015:
Fonte do gráfico: DataLiner (Para solicitar um demo do DataLiner clique aqui)
Fontes da reportagem: Invest SP e Valor Econômico
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