Demanda da China pode estimular exportações brasileiras de feijão e ervilha
dez, 05, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202248
O Brasil sempre foi um grande produtor de leguminosas para atender a demanda interna. Feijão preto e marrom são pratos típicos, o que garante um consumo interno quase igual à produção. Mas, nos últimos anos, os compradores internacionais têm se interessado por variedades específicas de feijão, especialmente aquelas consumidas em países como Índia, Paquistão e Vietnã, o que levou a um aumento nas exportações.
Um número crescente de pessoas que não comem carne, ou têm um consumo restrito de carne, nos EUA, na Europa e em outros lugares, também favoreceu o crescimento da demanda por proteínas vegetais, como feijões secos, ervilhas secas, lentilhas e grão-de-bico, consumidas diretamente ou usadas como base para fazer produtos como hambúrgueres veganos.
Uma das variedades mais exportadas é o feijão mungo. Há cinco anos atrás, o Brasil não plantava este tipo de leguminosa mas passou a incluí-la nas lavouras por causa da demanda internacional, disse Marcelo Luders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijões e Leguminosas, Ibraf. O país exportou 81.000 toneladas métricas de feijão mungo em 2021, ante 56.400t em 2020, segundo dados do ministério da economia.
O Brasil planta três safras de feijão anualmente, a primeira no verão – do final de dezembro ao final de março – a segunda como alternativa após a colheita da soja em janeiro e a terceira predominantemente em áreas irrigadas, especialmente em grandes fazendas na região do cerrado.
O Brasil produziu 2,9 milhões de toneladas de feijão em 2021-22, de acordo com a Conab, empresa nacional de abastecimento. O Brasil ainda precisou importar 100 mil t dos países vizinhos para atender a demanda interna.
O Brasil exportou cerca de 200.000 t de feijão em 2021, ante menos de 20.000 t em 2011, quando produzia apenas duas variedades exportáveis. Hoje existem 14 tipos de feijão elegíveis para exportação sendo colhidos no Brasil que podem ir para 70 nações, disse Luders. Ele acrescentou que as exportações devem cair em 2022 porque os custos mais altos dos insumos e a concorrência com outras culturas, como a soja – cujos preços subiram drasticamente – limitaram o cultivo de feijão.
Veja abaixo o histórico das exportações brasileiras de feijão (hs 0713) realizadas entre janeiro de 2019 e outubro de 2022. Os dados são do DataLiner.
Exportações brasileiras de feijão | Jan 2019 – Out 2022 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Mercado chinês
Apesar do Brasil concentra suas forças na produção de feijão, produtos como o grão-de-bico podem começar a atrair mais interesse devido ao aumento do consumo interno.
Brasil e China estão negociando um acordo fitossanitário para permitir embarques de feijão, confirmaram fontes do Ministério da Agricultura à Argus. As importações totais de feijão da China subiram para 278.000 t em 2021, de 94.000 t em 2018. Atualmente, o feijão brasileiro chega ao mercado chinês com menos eficiência, por meio do Vietnã.
Luders disse que se a China aprovar a importação brasileira de feijão, o Brasil poderá exportar um total de 500.000 t/ano em cinco anos. No entanto, isto só será possível se o país aumentar a produção total para 3,5 milhões de t/ano até lá.
Os membros do mercado acreditam que tal feito é possível porque o ciclo do feijão mungo, por exemplo, é de apenas 65 dias. Logo, os produtores do centro-oeste poderiam continuar investindo em grandes culturas como soja, milho e algodão e apenas adicionar produção extra em áreas irrigadas.
Fonte: Argus media
Para ler a matéria original, acesse: https://www.argusmedia.com/en/news/2396229-china-demand-may-spur-brazil-bean-pea-exports#:~:text=Brazil%20and%20China%20are%20negotiating,market%20less%20efficiently%2C%20through%20Vietnam.
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