Depois da seca, Tereos prevê recuperação na safra 2022/23
maio, 04, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202219
Com usinas situadas em uma das regiões mais prejudicadas pela seca do ano passado no Centro-Sul, a Tereos Açúcar e Energia Brasil, do grupo francês Tereos, ainda vai ouvir neste ano alguns ecos das intempéries de 2021. Ainda assim, a Tereos espera que a nova safra (2022/23), que começou em abril, seja o início de uma recuperação que ainda poderá levar mais umas duas temporadas para se completar, e conta com o mercado externo de açúcar e etanol para consolidar esse caminho.
As oito usinas da Tereos no país processaram na safra 2021/22, que terminou em março, 15,6 milhões de toneladas de cana, 25% menos cana do que na temporada anterior. Em relação à média dos últimos ciclos, o volume foi 20% inferior.
O tombo foi determinado basicamente pelos efeitos da seca e de três episódios de geadas que golpearam a produtividade das lavouras. Também houve casos de incêndio, mas proporcionalmente menores que na média do segmento na safra, segundo o CEO da Tereos Açúcar e Energia Brasil, Pierre Santoul.
Agora, o desafio será garantir alguma recuperação da produtividade, em meio à inflação de custos de tratos culturais e plantio de cana. A expectativa da companhia no momento é que a moagem desta safra alcance 17 milhões de toneladas – ainda abaixo da média histórica.
O que deve apoiar a recuperação da companhia nesta nova safra são os preços favoráveis de açúcar – um cenário garantido, lembra Santoul, pelas turbulências geopolíticas. “As perspectivas de preço de açúcar continuam positivas, mas com suporte forte da crise da Ucrânia e do preço do petróleo. Já quando se olha para oferta e demanda mundial, a previsão é de superavit de produção”, diz.
Veja abaixo o histórico das exportações brasileiras de açúcar de janeiro de 2021 a março de 2022. Os dados são do DataLiner.
Exportações brasileiras de açúcar | Jan. 2021 – Mar. 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O horizonte que a empresa vê para o mercado etanol é mais turvo, dada a volatilidade do mercado interno de combustíveis. Com isso, a Tereos espera, por ora, aumentar a parcela de cana direcionada à produção de açúcar – de 62%, na safra passada, para 65% nesta.
Para reduzir ainda mais sua exposição ao incerto mercado doméstico de etanol em ano eleitoral, a Tereos planeja ampliar as exportações do biocombustível, já que agora conta com nova certificação para vender à Califórnia. A empresa obteve em março a certificação com a menor nota de intensidade de carbono entre as usinas de cana brasileiras cadastradas na nova metodologia do governo do Estado americano. Outros mercados internacionais em vista são a Europa e a Ásia.
Fonte: Valor Econômico
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