Desaceleração na economia da China impacta setor de mineração e superávit comercial desaba 54,2% no 1º. semestre
jul, 29, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202230
A redução nas exportações para a China impactou fortemente o balanço da indústria de mineração brasileira no primeiro semestre e o setor apresentou uma queda de 54,2% no superávit comercial obtido no período, comparativamente com os seis primeiros meses de 2021. Em termos isolados, o resultado deveu-se à contração nas exportações de minério de ferro para o país asiático, principal comprador da commodity brasileira.
Os dados são do balanço do desempenho do setor, divulgados no último dia 27 de julho pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), entidade que representa as maiores empresas do setor que atuam no país. O balanço mostra que, considerando os valores em dólar, as transações com a China envolvendo minério de ferro caíram 32,3%.
O setor mineral brasileiro registrou uma queda de 52,5% no saldo comercial do 1º semestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado. Consequentemente, houve também uma redução de 24% no faturamento, saindo de R$ 149 bilhões para R$ 113,2 bilhões. Na produção, os 441 milhões de toneladas de bens minerais representam um declínio de 9%.
Segundo o Ibram, diversos fatores podem estar associados à redução do apetite chinês, tais como redução da atividade na siderurgia como medida de controle da qualidade do ar durante as Olimpíadas de Inverno, maiores restrições ambientais impostas pelo governo, intensificação do controle de preços e redução da demanda de aço em consequência da desaceleração da produção industrial em meio a uma política rígida de combate à pandemia de covid-19. A guerra entre Rússia e Ucrânia também foi mencionada como elemento que gerou temor nos produtores globais, levando a uma maior cautela.
O minério de ferro, que responde por mais de 70% de todas as vendas externas do setor mineral, apresentou uma redução de 30,1% nas cifras obtidas: saiu de US$ 21,5 bilhões no primeiro semestre de 2021 para US$ 15 bilhões no primeiro semestre deste ano. Neste primeiro semestre, os chineses responderam por 64,8% das exportações do produto. Outros parceiros comerciais que aparecem com destaque no balanço são Malásia (5,2%), Japão (4,1%) e Barein (3,8%).
Veja abaixo o histórico do volume de minério de ferro embarcado para a China desde janeiro de 2019 a junho de 2022. Os dados abaixo foram coletados pela equipe de business intelligence da Datamar na plataforma DataLiner.
Exportações de minério de ferro para a China | Janeiro 2019 – Junho 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Também houve quedas expressivas nas exportações de ouro (7,8%), de manganês (45%), de cobre (20%) e de bauxita (14%). Alguns minerais, no entanto, registraram aumento nos valores gerados com exportações. É o caso do nióbio (9%) e do caulim (13%). Devido à variação da cotação do dólar e de preços praticados no mercado internacional, esse último rendeu maiores cifras mesmo com um menor volume comercializado.
Ao mesmo tempo, as importações subiram significativamente e também tiveram forte influência no resultado do saldo comercial. As compras no exterior movimentaram US$ 9,4 bilhões, 199,9% a mais do que no mesmo período do ano passado. Os negócios envolvendo carvão mineral para uso siderúrgico e potássio para fabricação de fertilizantes representaram 92% do total das importações.
O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, pontuou que a mineração tem um comportamento cíclico e depende dos humores do mercado internacional. Em 2021, foram registrados alguns recordes. Segundo Jungmann, em resposta ao desempenho virtuoso do ano passado, vem ocorrendo um ataque especulativo aos ganhos do setor mineral.
“Me refiro a propostas que tramitam no Congresso Nacional. Levando em conta a melhoria da produção, do faturamento e da exportação no ano de 2021, elas buscam ampliar, praticamente duplicar, a cobrança de royalties. Estamos agora a ver que a situação se inverteu. Esperamos que voltemos logo à situação anterior, mas precisamos considerar o aspecto cíclico”, disse.
De acordo com Jungmann, o aumento da cobrança teria como consequência a elevação dos custos da atividade minerária e a perda de competitividade do setor, que é produtivo e traz divisas para o país. Jungmann também se queixou da criação da Taxa de Fiscalização de Recursos Minerais (TFRM), através de leis estaduais em Minas Gerais, no Pará e no Amapá. Questionadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sua constitucionalidade está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: Comex do Brasil
Para ler o texto original completo acesse: https://www.comexdobrasil.com/desaceleracao-na-economia-da-china-impacta-setor-de-mineracao-e-superavit-comercial-desaba-542-no-1o-semestre/
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