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CEPAL: Desaceleração econômica se aprofunda na América Latina com previsão de crescimento regional de 1,8%
maio, 04, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202219
As economias da América Latina e do Caribe enfrentam uma situação complexa em 2022 a medida que a guerra Rússia/Ucrânia projeta uma sombra de incerteza sobre a economia mundial. Esta situação vêm afetando negativamente o crescimento global e, em nível regional, têm causado crescimento desacelerado acompanhado de alta inflação e baixas taxas empregatícias.
De acordo com as novas estimativas divulgadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), espera-se um crescimento médio de 1,8% para a região diante deste contexto de volatilidade global. As economias sul-americanas crescerão 1,5%, América Central e México 2,3%, enquanto as economias caribenhas (excluindo Guiana) deverão crescer 4,7%.
Segundo a CEPAL, o conflito na Ucrânia também impactará negativamente a dinâmica do comércio mundial, causando uma diminuição da demanda externa por produtos da América Latina e do Caribe. Os principais parceiros comerciais da região – Estados Unidos, China e União Europeia – terão taxas de crescimento mais baixas do que as esperadas antes do início do conflito.
No caso dos EUA, o crescimento será de 2,8% (1,2 ponto percentual abaixo das projeções anteriores). O crescimento projetado para a China é de 5% (0,7 pontos percentuais a menos) e, para a UE, espera-se um crescimento de 2,8% (1,4 pontos percentuais abaixo das projeções pré-conflito).
A guerra na Ucrânia também provocou um aumento nos preços das commodities, principalmente de combustíveis fósseis, alguns metais, alimentos e fertilizantes. Este aumento de preços soma-se a custos mais elevados ocasionados pelas interrupções nas cadeias de abastecimento e no transporte marítimo. Os aumentos de preços impulsionaram as taxas de inflação ao redor do mundo, levando a máximas históricas em 2022 em alguns países. Pode-se esperar também taxas de juros mais altas nos países desenvolvidos.
A comissão regional das Nações Unidas acrescenta que os ajustes monetários nos países do Norte global acentuaram o aperto das condições financeiras observado nos últimos meses, causando maior volatilidade nos mercados financeiros. Juntamente com o aumento da aversão global ao risco resultante do conflito na Ucrânia, isso prejudicou os fluxos de capital para os mercados emergentes.
Como no resto do mundo, a dinâmica inflacionária se acelerou na América Latina e no Caribe, alerta a CEPAL. Em março de 2022, a inflação regional foi estimada em 7,5%, e muitos bancos centrais da região preveem a sustentação da alta inflacionária para o resto do ano, especialmente com o aumento dos preços internacionais de energia e alimentos, além de interrupções nas cadeias de suprimentos globais e transporte marítimo com altos custos persistentes.
Em resposta ao aumento da inflação, a política monetária dos bancos centrais da região tornou-se mais restritiva e a maioria dos países aumentou significativamente as taxas de juros, que na maioria dos casos atingiram níveis semelhantes aos de 2017.
Fonte: MercoPress
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