Desviar soja da BR-277 rumo a Santos deve custar R$ 600 milhões a mais
mar, 15, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202313
O escoamento da safra de soja deverá custar R$ 600 milhões a mais no Paraná, devido aos problemas na BR-277, no trajeto que liga Curitiba (PR) ao Porto de Paranaguá, no litoral do Estado. O cálculo do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR foi divulgado nesta terça-feira (14/3) e considera o gasto caso a rota tenha que ser alterada com destino ao Porto de Santos.
A projeção da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) considera o cenário de interrupção total da BR-277, única rodovia que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá. Neste caso, a produção teria que sair por outro complexo portuário. A Faep lembra que, nos últimos meses, por diversas vezes, a BR-277 esteve interditada de forma total ou parcial por queda de barreiras, rachaduras na pista e risco de desmoronamento.
Entre os dados elencados na projeção está o valor do frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, com custo de R$ 4,86 por saca no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros. Já no itinerário Cascavel-Santos, cuja distância é de 1 mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, quase 60% mais caro.
Perdas já são percebidas
A Faep ressalta que, para além do cenário hipotético, o Paraná já enfrenta perdas significativas com a produção de soja e a dificuldade em escoar pelo Porto de Paranaguá. “Mesmo quem consegue chegar ao complexo, também amarga prejuízos”, salienta a federação.
Os portos trabalham com o pagamento de uma taxa de incentivo (ágio) ou desincentivo (deságio) ao transporte de determinadas mercadorias. Nesse momento, para se exportar oleaginosa pelo complexo portuário paranaense está se praticando um deságio (desconto) de R$ 1,15 por saca. Ou seja, uma desvalorização de R$ 241,31 milhões, considerando os 15 milhões de toneladas de soja que devem ser exportadas – mostram os dados divulgados pela Federação.
O cálculo para chegar ao ágio ou deságio no porto é multifatorial. Envolve aspectos como condição climática, estado dos equipamentos usados no complexo e dificuldades para se chegar ao local. O período das chuvas também atrasa o embarque de soja, pois a umidade pode comprometer os grãos.
Portos afirmam operar normalmente
A Portos do Paraná informa que os portos de Paranaguá e de Antonina estão em atendimento e operação. “Tanto a descarga de caminhões e vagões, quanto o carregamento dos navios pelos portos de Paranaguá e Antonina seguem normalmente”, diz a administração.
Nesta semana, em média, cerca de 1.300 caminhões por dia têm sido recebidos no pátio público de triagem, local onde os transportadores aguardam antes de seguir para descarregar os granéis sólidos de exportação no Porto de Paranaguá. Segundo o órgão, durante as 24 horas desta segunda-feira (13/03), foram recebidos 1.561 caminhões carregados principalmente com soja, mas ainda chega muito milho e farelo de soja.
Fonte: Globo Rural
Para ler a matéria original, acesse: https://globorural.globo.com/infraestrutura-e-logistica/noticia/2023/03/desviar-soja-da-br-277-rumo-a-santos-deve-custar-r-600-milhoes-a-mais.ghtml
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