Diretor da ANTAQ fala sobre a criação de portos concentradores
nov, 16, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202047
No último dia 13 de novembro, o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, Adalberto Tokarski, palestrou no painel “O Transporte Internacional e a Logística no Brasil”, no 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX. O encontro, promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB, é considerado o maior fórum temático de debates do setor, do país, reunindo representantes do empresariado, governo e especialistas em exportação e logística. Nesta edição, o evento contou com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em sua fala, Tokarski destacou o fenômeno da conteinerização e a estratégia para classificação dos portos públicos, entre esses os portos concentradores, dotados de grandes calados para receber navios cada vez maiores. “É uma questão de competitividade, de economia de escala. Mas para receber esses navios, os portos brasileiros deverão investir no canal de acesso mais profundo e de maior largura, cais e pátios mais extensos, equipamentos com maior capacidade de movimentação, acessos rodoviário e ferroviário e tecnologia, o que requer vultosos investimentos”, apontou.
Para o diretor da ANTAQ, em virtude dos elevados custos de infraestrutura, será necessário repensar o modelo e priorizar os investimentos nesses portos públicos para aumentar a capacidade dos terminais conteineiros nacionais. Segundo Tokarski, atualmente, apenas em torno de cinco terminais brasileiros conseguem receber navios de 12 mil teus.
“Será que poderão passar a receber navios de 14 mil teus? De qualquer forma, esse é um processo paulatino, que deve ser pensado com muito critério e prioridade, se realmente queremos entrar na briga global da movimentação de contêineres com eficiência”, observou, acrescentando que em termos de produtividade os terminais de contêineres brasileiros não devem nada aos melhores do mundo.
Segundo o diretor da ANTAQ, esses hubports deverão ser classificados em três tipos: porto concentrador nacional; porto concentrador regional; e porto alimentador/cliente. Os primeiros –explicou – atuarão na prestação de serviços a linhas que atendem a costa sul-americana e os conectam a outros continentes; o segundo tipo prestará serviços a linhas de cabotagem e de longo curso a países vizinhos; e o terceiro tipo será integrado por portos de importância regional que se conectarão aos grandes portos nacionais e mundiais, por meio dos portos concentradores regionais. Tokarski manifestou que o país poderá ter de cinco a até seis portos concentradores nacionais ao longo da sua costa.
E referindo-se ao aumento da movimentação de grãos nos portos brasileiros, o diretor da ANTAQ ressaltou o crescimento da oferta de infraestrutura portuária para escoamento da produção de grãos pelo chamado Arco Norte:“Que bom que temos a saída pelo Norte mais estruturada, tanto pelo rio Tapajós, Miritituba e Itaituba, quanto pelo Rio Madeira, em Porto Velho, e que os portos do Pará estão mais preparados para receber essas cargas”, disse o diretor da ANTAQ.
Tokarski informou que a Agência está realizando um estudo para saber se o aporte privado na infraestrutura de transporte e movimentação de cargas na região é suficiente para garantir o escoamento da produção de grãos que, a cada ano, cresce 5%, e se o governo federal precisa ou não disponibilizar mais áreas dos portos públicos para o privado implantar novos terminais.
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