
Distância até os Principais Mercados: O Maior Desafio da Argentina no Comércio Global de GNL
mar, 06, 2025 Postado porSylvia SchandertSemana202510
A Argentina busca se tornar um grande player no mercado global de gás natural liquefeito (GNL), aproveitando suas vastas reservas em Vaca Muerta como principal base de recursos.
No entanto, a grande distância geográfica que separa o país dos principais mercados de GNL—China, Índia e Europa—representa um desafio logístico significativo que pode afetar sua competitividade.
Vaca Muerta: Potencial Inexplorado com Desvantagens Geográficas
Localizado na província de Neuquén, Vaca Muerta tem o potencial de fornecer GNL para os mercados globais.
Porém, a posição da Argentina no extremo sul da América do Sul coloca o país em desvantagem em relação a concorrentes que possuem rotas marítimas mais curtas e eficientes para as principais regiões consumidoras da Ásia e Europa.
Os principais exportadores de GNL—Catar, Austrália e Estados Unidos—possuem proximidade estratégica com os centros de demanda na China, Índia e Europa, garantindo vantagem competitiva nos custos de transporte e prazos de entrega.
Em contraste, a Argentina precisará enfrentar longas rotas marítimas a partir de seus futuros projetos de GNL em Río Negro até os mais importantes terminais de regaseificação do mundo.
Distância até os Principais Mercados de GNL
Para ilustrar esse desafio logístico, as distâncias marítimas das futuras instalações de exportação da Argentina são significativamente maiores em comparação com seus concorrentes.
Segundo La Mañana de Neuquén, as distâncias aproximadas das exportações argentinas de GNL até os principais destinos são:
- Rudong, China – 9.500 milhas náuticas
- Dahej, Índia – 8.000 milhas náuticas
- Wilhelmshaven, Alemanha – 6.500 milhas náuticas
Em comparação, os embarques de GNL da unidade Sabine Pass, na Louisiana (EUA), percorrem:
- 7.000 milhas náuticas até Rudong
- 6.000 milhas náuticas até Dahej
- 4.000 milhas náuticas até Wilhelmshaven
O Catar, com seu terminal de GNL em Ras Laffan, está ainda melhor posicionado:
- 5.900 milhas náuticas até a China
- 1.400 milhas náuticas até a Índia
- 3.800 milhas náuticas até a Alemanha
Outros concorrentes, como Canadá e Austrália, também se beneficiam da geografia:
LNG Canadá (Colúmbia Britânica):
- 4.700 milhas náuticas até a China
- 7.800 milhas náuticas até a Índia
- 4.900 milhas náuticas até a Alemanha
Austrália (Darwin LNG):
- 2.800 milhas náuticas até a China
- 4.500 milhas náuticas até a Índia
- 11.000 milhas náuticas até a Alemanha
O Desafio da Argentina: Otimizar a Logística e Reduzir Custos
Diante dessas rotas mais longas, a Argentina enfrenta um grande desafio: aumentar a eficiência em toda a sua cadeia de suprimentos de GNL.
Isso exige modernização dos portos, redução dos custos de transporte e a negociação de contratos de longo prazo com compradores internacionais.
Sem uma infraestrutura robusta e competitiva, a Argentina terá dificuldades para se posicionar no mercado global de GNL—mesmo com suas vastas reservas de gás.
Concorrência Acirrada: Catar, Rússia e EUA
Entre os principais concorrentes da Argentina, o Catar lidera com sua proximidade estratégica e rotas de transporte otimizadas para a Ásia e a Europa.
A Rússia se beneficia do acesso direto ao mercado europeu e da Rota do Ártico para a Ásia.
Já os Estados Unidos possuem grande flexibilidade de oferta, podendo abastecer tanto o mercado Atlântico quanto o Pacífico, o que garante vantagens em custos.
O Futuro do Setor de GNL da Argentina: Infraestrutura é a Chave
Para se estabelecer como um exportador global de GNL, a Argentina precisará desenvolver instalações modernas de liquefação, garantir acordos de fornecimento de longo prazo e melhorar a logística portuária.
Embora Vaca Muerta e os projetos em Río Negro ofereçam uma base sólida, o sucesso do país dependerá de sua capacidade de superar as barreiras logísticas e de custo associadas ao transporte de GNL a longas distâncias.
Em resumo, a Argentina tem potencial para se tornar um grande exportador de GNL, mas a distância até os principais mercados permanece um obstáculo crucial para sua competitividade global.
Fonte: Argenports
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