Embarque de açúcar em contêiner avança em Paranaguá
nov, 03, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202344
Normalmente embarcado em navios graneleiros, o açúcar brasileiro exportado por Paranaguá, no Paraná, tem ganhado espaço nos terminais de contêineres do segundo principal porto de escoamento do país. De acordo com números da empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), foram movimentados 2.564 TEUs (20 pés de comprimento de contêiner) de açúcar entre janeiro e setembro de 2023, o equivalente a 66,7 mil toneladas e 56 vezes mais que o observado em igual período do ano passado.
Na comparação com 2019, ano anterior à pandemia e, consequentemente, à crise logística mundial que causou escassez de contêineres, o crescimento é de 42% no acumulado de janeiro a setembro.
O gráfico abaixo mostra as exportações brasileiras de açúcar em contêineres (HS 1701), medidas em TEUs, segundo o serviço de informações marítimas DataLiner.
Exportações brasileiras de açúcar | Jan 2019 – Set 2023 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O coordenador comercial do terminal, Felipe Cezario de Andrade, avalia que aumento expressivo nos embarques de açúcar por contêiner é reflexo de um conjunto de situações: a ausência da Índia no mercado internacional, a consequente valorização do açúcar em dólar e a queda nos custos logísticos do transporte em contêineres.
“No cenário atual, já não há tanta restrição em relação aos contêineres. Se pegarmos um histórico de preços, de mais de US$ 3 mil no ano passado, ele caiu para menos de US$ 1 mil este ano”, diz. Embora os preços do frete graneleiro tendam a acompanhar os do transporte por contêiner, a desvalorização tem sido mais brusca na segunda modalidade, observa o coordenador comercial do TCP.
Por outro lado, o preço médio de exportação do açúcar brasileiro saltou de US$ 392 a tonelada no primeiro semestre do ano passado para US$ 480 este ano, alta de 22,5% de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior compilados pelo Ministério da Agricultura. A valorização acompanha a menor disponibilidade no mercado internacional após a Índia, segundo maior produtor depois do Brasil, restringir suas exportações a fim de garantir o abastecimento no mercado interno.
Segundo ele, a característica dos mercados antes atendidos pela Índia também explica a maior demanda por contêineres no Brasil. É o caso de países como Moçambique, cujo volume importado até agosto somava 800 mil toneladas — foram 757 toneladas em 2022 —, e do Quênia, que ampliou em 2.698% as importações do Brasil.
“Alguns portos na África não têm a capacidade de receber o navio graneleiro. Então, em alguns destinos, a venda em contêiner acaba se tornando obrigatória. Além disso, nem todo importador tem poder de compra pra fechar um navio graneleiro ou capacidade em armazéns para poder receber essa quantidade”, acrescenta.
Nesses casos, o embarque em contêiner possibilita ao exportador enviar o açúcar de forma fracionada em sacas de 50 ou 25 quilos, dispensando a necessidade de preencher por completo um navio graneleiro, com capacidade de cerca de 60 mil toneladas. Isso facilita a compra por importadores menores e possibilita aos exportadores brasileiros maior fluxo de caixa, segundo Andrade.
“A gente já tem um crescimento comparado ao ano inteiro de 2022 superior a 27%. Ou seja, ainda temos quatro meses para contabilizar e o embarque [na modalidade] já é 27% superior ao ano passado”, informa o coordenador comercial do TCP.
Fonte: Globo Rural
Para ler a matéria original, acesse: https://globorural.globo.com/especiais/caminhos-da-safra/noticia/2023/11/embarque-de-acucar-em-conteiner-avanca-em-paranagua.ghtml
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