Escalas de navios contêineres nos portos brasileiros caem 3% em 2020 em comparação a 2019
jan, 05, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana210101
As escalas de navios contêineres nos portos brasileiros são um indicativo da atividade econômica do país. Por isso, a equipe da Datamar reuniu alguns dados que podem funcionar como um termômetro do atípico ano de 2020.
Em dezembro de 2020, o país registrou 664 escalas de navios contêineres em seus portos, uma queda de 2,5% em relação a igual mês de 2019. Em Santos, a queda foi ligeiramente maior, -2,85%. Já na comparação com novembro de 2020, as escalas caíram 5,8%.
Apesar dos efeitos da pandemia da covid-19 na atividade econômica, os portos brasileiros registraram uma queda de apenas 3% nas escalas de navios contêineres em 2020 em relação a 2019. Já o Porto de Santos registrou queda de 4% no período.
wdt_ID | Ports | 2019 | 2020 | Diff.% |
---|---|---|---|---|
1 | Itaqui | 9 | 34 | 278% |
2 | Navegantes | 520 | 561 | 8% |
3 | Manaus | 208 | 216 | 4% |
4 | Paranagua | 771 | 796 | 3% |
5 | Porto De Itaguai | 305 | 312 | 2% |
6 | Pecem | 399 | 393 | -2% |
7 | Natal | 41 | 40 | -2% |
8 | Itajai | 440 | 424 | -4% |
9 | Vila Do Conde | 170 | 163 | -4% |
10 | Santos | 2.030 | 1.942 | -4% |
11 | Vitoria | 190 | 181 | -5% |
12 | Itapoa | 590 | 553 | -6% |
13 | Salvador | 521 | 486 | -7% |
14 | Rio De Janeiro | 617 | 573 | -7% |
15 | Suape | 500 | 464 | -7% |
16 | Rio Grande | 513 | 463 | -10% |
17 | Fortaleza | 71 | 64 | -10% |
18 | Imbituba | 57 | 51 | -11% |
De acordo com a Portonave, o resultado do Porto de Navegantes é reflexo de uma somatória de fatores, puxados pela retomada do crescimento econômico – o PIB do Brasil no terceiro trimestre fechou em +7,7%. Mesmo com o cenário da pandemia mundial, o setor portuário não parou e se mostrou essencial, tanto para o abastecimento das indústrias e insumos para o consumo interno, quanto para o envio de produtos e matérias-primas para outros países. As importações, que no início da pandemia até a metade do ano tiveram queda, se recuperaram nos últimos meses. Só em novembro, o Porto de Navegantes teve seis escalas extras de navios.
A conclusão da primeira fase da Nova Bacia de Evolução, que possibilita aos portos de Itajaí e Navegantes receber navios com até 350 metros de comprimento, foi um dos fatores que colaborou com o crescimento da movimentação também. Desde maio, mais de 40 navios com mais de 306m giraram no novo espaço de manobras. Um trabalho que uniu esforços da Autoridade Portuária, Marinha, Praticagem e Governo do Estado para ser executado.
Outro porto que teve uma movimentação maior de contêineres foi Paranaguá, que registrou 3% mais atracações em 2020 em relação a 2019.De acordo com a Portos do Paraná, os portos do estado fecham o ano com quinze recordes batidos. A movimentação histórica de mais de 55 milhões de toneladas de carga movimentada, o maior número de caminhões recebidos no Pátio de Triagem, o maior navio de grãos já recebido, entre outros, fizeram com que os portos de Paranaguá e Antonina se destacassem no setor nacional.
“Apesar da crise sanitária, os portos paranaenses avançaram. O Estado teve uma safra de soja espetacular e o preço do produto no mercado internacional favoreceu as exportações. Além disso, o açúcar teve muito destaque, o frango congelado e o óleo vegetal”, comenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Além disso, em dezembro, a autoridade portuária divulgou que o Porto de Paranaguá pode agora carregar mais 120 contêineres cheios, por navio, nos dois últimos berços a leste do cais público: 217 e 218. Isso vale para as grandes embarcações do segmento, que medem mais de 300 metros no comprimento. O aumento significa 15% mais capacidade de movimentação.
“Isso foi possível porque a autoridade marítima acaba de aprovar mais 30 centímetros de calado operacional para esses dois berços. Passamos de 11,80 metros para 12,10 metros”, destaca Luiz Fernando Garcia. O calado operacional é a medida que vai da linha da superfície da água até o fundo do navio (quilha). “Essa medida reflete diretamente na capacidade que os navios têm de carregar. É até onde eles podem afundar, quando carregados”, simplifica Garcia.
Considerando a evolução do calado operacional, nos últimos cinco anos o terminal de contêineres do Porto de Paranaguá incrementou a capacidade de movimentação, por navio, em mais 1.280 TEUs O ganho de calado operacional obtido de 2015 até esta última revisão é de 1,60 metros.
Para 2021, a pergunta é como a segunda onda da covid-19 e a vacina contra a doença vão afetar a economia brasileira e mundial. Para o mês de janeiro não há previsão de blank sailing.
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