Estagnação na Argentina facilita exportação de carros mais caros
dez, 08, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202249
O mercado externo será um dos maiores destaques da indústria automobilística em 2022. Os problemas na Argentina, onde as restrições na liberação de divisas dificultam a importação, têm sido compensadas pela expansão de vendas em outros países. A participação do mercado argentino nos volumes de veículos exportados pelo Brasil caiu de 36% em 2021 para 29% este ano. Por outro lado, as fatias do México e da Colômbia cresceram de 14% para 16%, cada um. A do Chile passou de 10% para 12%.
Além de compensar as perdas na Argentina nos volumes embarcados, que aumentaram 34,3% no acumulado até novembro, esses novos mercados ajudam no aumento da receita. As vendas externas da indústria automobilística somaram US$ 9,6 bilhões nos onze meses. O valor equivale a praticamente o dobro de há dois anos. De janeiro a novembro de 2020, a receita obtida pelo país com a exportação de veículos somou U$ 4,8 bilhões.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, além de os carros terem se sofisticado de maneira geral, o que os torna mais caros, mexicanos, colombianos e chilenos costumam comprar carros “com maior valor agregado” do que os argentinos.
Embora a Argentina mantenha a posição de principal destino das exportações, o foco do setor se volta para o aumento da demanda em outros países próximos. “Em razão das restrições internas do país, a Argentina está perdendo importância em termos comparativos”, destaca Leite.
A exportação de veículos cresceu 55% em novembro, com 43,4 mil unidades. Isso somou receita de US$ 975,8 milhões, aumento de 50,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a venda externa totalizou 334,8 mil veículos, volume 34,3% maior do que no mesmo período de 2021. A receita acumulada, de US$ 9,6 bilhões, ficou 40,6% acima do que em igual período de 2021.
A venda para o exterior segue ritmo acelerado também porque o abastecimento de componentes começou a se normalizar, embora, segundo a Anfavea, o problema, que envolve principalmente semicondutores, tenda a persistir nos próximos meses. Apesar disso, o impacto será menor neste ano do que em 2021. No ano passado, quase 400 mil veículos deixaram de ser produzidos por falta de componentes. Este ano, até novembro, a perda somou 250 mil unidades, segundo dados da Anfavea.
Já o mercado interno, embora também em ascensão, traz preocupações para os dirigentes da indústria à medida que a participação do financiamento nas vendas voltou a atingir em novembro os níveis mais baixos da história do setor. Segundo a Anfavea, 70% dos negócios foram feitos à vista. Isso indica, destaca Leite, que o consumidor que mais precisa não tem conseguido acesso ao crédito.
Na última revisão, em julho, a Anfavea estimou um mercado interno de 2,1 milhões de veículos, o que representa avanço de 1%, na comparação com 2021. No acumulado até novembro, foram vendidas 1,88 milhão de unidades, retração de 1,3% em relação a igual período de 2021.
Segundo o dirigente, apesar dessa preocupação, a persistência da escassez de componentes fará com que os primeiros meses de 2023 continuem a ser de demanda acima do que a indústria consegue produzir.
Os representantes da indústria automobilística comemoraram os resultados de novembro. A média diária de vendas foi a melhor desde dezembro de 2020. No mês, foram vendidos 204 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, num crescimento de 17,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No segmento de automóveis, o resultado foi de um avanço de 16%.
Para o presidente da Anfavea, apesar da falta de componentes e da possibilidade de os jogos da Copa do Mundo poderem atrapalhar um pouco o movimento nas concessionárias, os resultados de novembro indicam que as últimas projeções da entidade para o ano serão alcançadas.
Na última revisão, em julho, a Anfavea estimou um mercado interno de 2,1 milhões de veículos, o que representa avanço de 1%, na comparação com 2021. No acumulado até novembro, foram vendidas 1,88 milhão de unidades, retração de 1,3% em relação a igual período de 2021.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original, acesse: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/12/08/estagnacao-na-argentina-facilita-exportacao-de-carros-mais-caros.ghtml
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