Estaleiros enfrentam graves problemas de capacidade
jan, 24, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202304
Os executivos da construção naval têm decisões difíceis a tomar sobre a expansão dos negócios nesta década, apesar da crença de que a frota mercante global precisará urgentemente de uma grande renovação nos próximos anos.
O número de estaleiros diminuiu enormemente desde a primeira década do século 21, época marcada pelo boom da construção naval. Hoje, após muitos anos de perdas financeiras, o setor esta muito mais avesso avesso ao risco. No entanto, as carteiras de pedidos de muitos estaleiros estão maiores do que o habitual, com especialistas prevendo uma onda iminente de pedidos de navios movidos a combustíveis alternativos para substituir a atual frota mercante global envelhecida e poluente.
Segundo dados da Clarksons Research, a capacidade de construção naval atual é cerca de 40% menor do que uma década atrás. Existem agora apenas 131 grandes estaleiros ativos, número bem abaixo das 321 unidades ativas no pico do boom em 2009. O tracking da Clarksons Research sugere apenas aumentos moderados ou marginais de capacidade no médio prazo. O alcance da carteira de pedidos dos estaleiros aumentou para 3,5 anos (de 2,5 anos em 2020) e os preços aumentaram 5% em 2022, mas estes chegaram a ser, em 2022, 15% maiores em média em comparação com 2021.
“Embora as tendências de longo prazo apontem para a renovação da frota (além da redução de emissões, a idade da frota está aumentando), 2023 apresentará sua própria gama de desafios para o setor: o risco macroeconômico é material e pode pesar no sentimento do investidor, as opções alternativas de combustível permanecem complicadas e os preços de novas construções e a disponibilidade de berços são um obstáculo para alguns proprietários,” observou a Clarksons Research em seu relatório semanal mais recente.
Os construtores navais precisam equilibrar os necessidades globais de renovação da frota em um cenário de crescimento comercial moderado. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) prevê que, para o período de 2023-2027, o crescimento do comércio marítimo se expandirá a uma média anual de 2,1%, uma taxa mais lenta do que a média das três décadas anteriores de 3,3%.
A corretora norueguesa Fearnleys também está examinando o estado dos estaleiros. Em uma apresentação feita na semana passada, Dag Kilen, chefe global de pesquisa da Fearnleys, observou que entre as potências da construção naval da Ásia, o Japão era a única nação com entregas comparativamente adiantadas no momento.
Nem todo mundo está convencido sobre essa possível crise. A Danish Ship Finance argumentou que uma maior consolidação é possível, já que até 30% dos estaleiros estão prestes a ficar sem pedidos em breve.
Fonte: Splash247
Para ler a reportagem original, acesse: https://splash247.com/shipyards-faced-with-vexing-capacity-issues/
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