Exportação da China cai pela primeira vez desde 2020
nov, 08, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202245
As exportações da China todo o mundo diminuíram inesperadamente em outubro, em um sinal de que o comércio global está em forte retração à medida que consumidores e empresas reduzem os gastos como resposta às medidas agressivas dos bancos centrais para conter a inflação.
As exportações chinesas em dólares caíram 0,3% ao ano em outubro, segundo dados oficiais divulgados no dia 07, bem abaixo da previsão dos economistas de alta de 4,5% e do ganho de 5,7% em setembro. Foi a primeira queda nas exportações desde maio de 2020.
Os embarques da China para os Estados Unidos caíram 13% ao ano em outubro, o terceiro mês de queda, enquanto as vendas para a União Europeia (UE) caíram 9%.
O comércio ajudou a dar suporte à sua economia chinesa durante a pandemia. Suas exportações dispararam em 2020 e 2021, com os mercados globais passando a comprar bens em vez de serviços.
Mas os dados mais recentes destacam a exposição do país a uma desaceleração global, à medida que outras grandes economias aumentam as taxas de juros para combater a inflação mais alta. Ao contrário da China, a maioria dos países removeu amplamente as restrições relacionadas à covid.
A queda das exportações chinesas contribui para o pessimismo sobre a economia mundial no momento em que líderes dos 20 países mais avançados do mundo (G-20) se preparam para uma reunião na Indonésia na próxima semana.
Um mercado de trabalho dinâmico nos EUA dá sinais de esfriamento enquanto o Federal Reserve (Fed) aumenta as taxas de juros para conter a inflação. Muitos economistas esperam por uma recessão no país nos próximos 12 meses.
A Europa se prepara para um inverno difícil depois que a Rússia decidiu estrangular o fornecimento de energia em resposta às sanções impostas por causa da guerra na Ucrânia. O Banco Central Europeu (BCE) aumentou taxas de juros em 0,75 ponto percentual pela segunda vez seguida em outubro, mas sinalizou mais preocupações com o crescimento da economia, levando a especulações entre os investidores de que ele poderá em breve diminuir o ritmo do aumento das taxas de juros.
Para a China, a segunda maior economia do mundo, a grande retração da demanda por seus produtos no exterior remove um importante motor de seu crescimento no momento em que sua economia é pressionada pela política de “covid-zero” e por uma grave crise no setor imobiliário.
“É quase como se se ela não tivesse uma perna para se apoiar”, disse Steve Cochrane, economista-chefe para o Pacífico da Moody’s Analytics em Cingapura.
Autoridades de saúde chinesas disseram no sábado que o país manterá sua dura estratégia de combate à covid, frustrando as esperanças dos últimos dias, de uma flexibilização da política para a covid depois do congresso do Partido Comunista no mês passado.
Com o crescimento perdendo força nos EUA, Europa e China, economistas estão pessimistas com as perspectivas para a economia mundial neste ano e no próximo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou no mês passado que “o pior ainda está por vir”, afirmando acreditar que o PIB global crescerá 3,2% este ano, para depois cair para 2,7% em 2023.
A desaceleração das exportações chinesas “é um sinal preocupante para o crescimento global”, disse Duncan Wrigley, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics para a China.
Zichun Huang, economista da Capital Economics, disse em nota a clientes ontem esperar que as exportações chinesas caiam ainda mais nos próximos meses, à medida que a economia global se aproxima da recessão. Os bloqueios da “covid-zero” prejudicaram a atividade econômica ao longo do ano.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/11/08/exportacao-da-china-cai-pela-primeira-vez-desde-2020.ghtml
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