Exportação de café do Brasil sobe 29,4% ante ago/22, para 3,7 milhões de sacas
set, 14, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202337
A exportação brasileira de café somaram 3,673 milhões de sacas de 60 kg em agosto deste ano, volume que implica crescimento de 29,4% em relação ao registrado no mesmo mês de 2022. Em receita cambial, o avanço foi de 7,5% no mesmo intervalo comparativo, com os ingressos obtidos com as remessas chegando a US$ 723,8 milhões. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
O bom desempenho no mês passado reflete o substancial incremento registrado nos embarques dos cafés conilon e robusta e uma certa recuperação nos envios da variedade arábica.
“As remessas dos cafés canéforas ao exterior explodiram em 443%, para 699 mil sacas em agosto, o que resulta no melhor desempenho das exportações dessa variedade em um único mês. Os arábicas avançaram 11,2%, para 2,65 milhões de sacas, consolidando o crescimento mensal e a retomada dos embarques com o ingresso da nova safra”, aponta o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Conforme ele, os cafés canéforas brasileiros permanecem mais competitivos e extremamente demandados, uma vez que outras importantes origens produtoras da variedade, principalmente Vietnã e Indonésia, têm enfrentado adversidades climáticas e queda na produção.
Com uma recuperação significativa na safra 2023 de arábica no Brasil, ele completa que se observa uma redução no percentual de canéforas nos blends no consumo interno, o que aumenta a disponibilidade dessa variedade para o mercado internacional, também favorecendo uma maior competitividade.
Em relação ao arábica, Ferreira afirma que, com o final da colheita, confirma-se um aumento nos volumes recebidos nos armazéns, o que já se previa em função da boa carga observada nas lavouras no período de pré-colheita, principalmente nas áreas que foram muito impactadas, nos últimos dois anos, pela estiagem e pela geada.
“Com uma disponibilidade superior a 2021 e 2022, o fluxo de cafés comercializados aumentou significativamente, tanto para entrega futura, quanto para novos negócios, o que pressionou a Bolsa de NY nos últimos meses. Como a qualidade reportada é muito boa e, embora o trade venha experimentando, no geral, diferenciais mais apertados contra a plataforma nova-iorquina, o Brasil recupera participação nas exportações de arábica, registrando volumes superiores aos observados nos últimos meses do primeiro semestre, ou seja, no final da safra 2022/23”, explica.
Com o desempenho das exportações brasileiras de café em agosto, os embarques nos dois primeiros meses do ano safra 2023/24 evoluíram para 6,672 milhões de sacas, gerando receita cambial de US$ 1,354 bilhão. Essa performance implica altas de 24,5% em volume e de 6,6% em valores.
ANO CIVIL
No acumulado de janeiro ao fim de agosto deste ano, o Brasil remeteu 22,904 milhões de sacas ao exterior, montante ainda 9,7% aquém do que o registrado nos oito primeiros meses de 2022. Em receita cambial, a queda é de 17,3%, com os ingressos recuando de US$ 5,926 bilhões no ano passado para os atuais US$ 4,903 bilhões, o que reflete a redução das cotações no mercado, já que o preço médio da saca exportada declinou 8,3%, de US$ 233,55 para US$ 214,08.
PRINCIPAIS DESTINOS
Nos oito primeiros meses de 2023, os Estados Unidos seguem como principais importadores dos cafés do Brasil, com a aquisição de 3,885 milhões de sacas, volume 26,6% inferior ao registrado no mesmo ciclo de 2022. Esse montante equivale a 17% dos embarques totais brasileiros no intervalo recente.
A Alemanha, com representatividade de 11,8%, comprou 2,699 milhões de sacas (-40,5%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vêm Itália, com a importação de 1,715 milhão de sacas (-15,3%); Japão, com 1,509 milhão de sacas (+33,4%); e Bélgica, com 1,309 milhão de sacas (-38%).
É válido destacar, contudo, o avanço substancial registrado nos embarques para a China, nação que, com a compra de 602 mil sacas nos oito primeiros meses de 2023, saltou para o nono lugar no ranking dos principais parceiros dos cafés do Brasil e ampliou em 146,5% as aquisições do produto nacional.
Por continentes e blocos econômicos, merecem destaques as evoluções de 101,7% e 48,1% registradas, respectivamente, para Países Árabes e Oriente Médio. “Nas nações dessas regiões, há uma característica muito intensa de se consumir o café rio e o Brasil é praticamente o único país que produz o arábica com esse perfil de bebida, sendo um fornecedor leal e em quantidade a esses destinos”, conclui o presidente do Cecafé.
PORTOS
O complexo marítimo de Santos (SP) permanece como o principal exportador dos cafés do Brasil no corrente ano civil, com a remessa de 16,968 milhões de sacas ao exterior, o que equivale a 74,1% do total. Na sequência, aparecem os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 21,3% dos embarques ao terem enviado 4,871 milhões de sacas, e Paranaguá (PR), com a remessa de 324.122 sacas ao exterior e representatividade de 1,4%.
O gráfico abaixo mostra as exportações de café a partir dos portos brasileiros que mais movimentaram esse tipo de carga entre 2019 e 2023. Vale ressaltar que os dados de 2023 se estendem apenas até julho. Os dados são do DataLiner.
Exportações de café por porto | 2019 – 2023 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
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