Exportação de milho à China fica para 2023
jul, 14, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202228
Apesar da grande expectativa que voltou a rondar o setor produtivo e o mercado de grãos no país no último dia 13, com a notícia veiculada pela agência Reuters de que a China vai concluir a assinatura do acordo de quarentena para viabilizar o início da exportação de milho brasileiro para o país asiático, os embarques do cereal só poderão começar efetivamente em 2023, informou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.
“O protocolo prevê a necessidade de monitoramento e informação sobre a produção. Como não fizemos o acompanhamento para a atual segunda safra de milho, reafirmo que a exportação só será viabilizada a partir da safra de verão 2022/23, que terá que ser monitorada, com os exportadores habilitados”, explicou.
Segundo Leal, os chineses solicitaram o monitoramento de algumas plantas daninhas e fungos nas lavouras de milho, processo comum na consolidação de acordos e protocolos sanitários. Os produtores que quiserem exportar terão que fazer o acompanhamento e relatar as condições da lavoura e o controle aplicado nessas pragas e doenças. Daí o ministério certificará os embarques.
A documentação do protocolo, que foi revisada e enviada pelos chineses, está pronta para assinatura do ministro da Agricultura, Marcos Montes. Após a formalização do acordo, o ministério vai trabalhar com o setor privado exportador para repassar as informações sobre como cumprir as exigências definidas entre as partes. Depois, haverá a solicitação de habilitação dos exportadores interessados, que é avalizada ou não pela GACC.
Ainda não há uma sincronia completa entre os eventos transgênicos de milho aprovados no Brasil e na China. Leal afirmou que os asiáticos têm sido ágeis na análise de novas tecnologias e que caberá ao setor de sementes solicitar novas aprovações “caso reste alguma assincronia”.
Em maio, quando Brasil e China anunciaram avanços no acordo para o comércio de milho durante reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), o mercado ficou em polvorosa. Houve notícias da negociação de 400 mil toneladas do cereal brasileiro para embarque entre outubro e novembro. Com o esclarecimento de que o protocolo sanitário ainda precisava ser finalizado, as vendas não foram confirmadas.
“O interesse chinês em buscar materializar a diversificação de fornecedores para suprir suas necessidades, com o aumento de consumo de grãos no novo modelo de produção de suínos, e a escassez do mercado internacional com ausência da Ucrânia, dão o timing dessa negociação”, avaliou Larissa Wachholz, sócia da Vallya Agro.
As exportações de milho para a China devem pegar tração na segunda safra do ano que vem, período de colheita mais farta no Brasil. “A entrada da China no mercado brasileiro é inevitável”, afirmou o analista de mercado Cristiano Palavro, sócio da Pátria Agronegócios.
Mas vai demorar para o milho alcançar o patamar de importância da soja nas exportações brasileiras. “Há espaço para chegarmos no futuro a uma relevância no milho tão grande no mercado externo quanto a da soja, mas para isso teremos que crescer substancialmente os níveis de produção para gerarmos um excedente que coloque os níveis de exportação acima de 50% do que é produzido aqui”, disse Palavro. A demanda chinesa em 2022 será de 30 milhões de toneladas de milho importado, segundo a consultoria China Policy.
Como os produtores de milho ucranianos conseguiram plantar a safra, ainda que menor, e há a probabilidade de liberação de um porto para embarque de grãos da Ucrânia, a China pode não precisar do Brasil agora. Mas a necessidade chinesa pode antecipar os ditames do acordo, observou o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira. “A necessidade do mercado manda nos protocolos”, pontuou.
Em 2021, o Brasil exportou 20,4 milhões de toneladas de milho para destinos como Irã, Egito e Espanha.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/07/14/exportacao-de-milho-a-china-fica-para-2023.ghtml
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