Exportação de sucata cresceu em março, mas preço é pouco atrativo
abr, 24, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202319
A exportação de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, voltou a crescer em março, para 71.399 toneladas, aumento de 42% em relação ao mesmo mês do ano passado (50.217 toneladas) e 20% acima a fevereiro último, quando somaram 59.368 toneladas. Há um crescente interesse das empresas que processam e comercializam a sucata em buscar o mercado externo, diante da baixa demanda no Brasil.
No primeiro trimestre deste ano, as exportações já alcançaram 168.659 toneladas, um crescimento de 40% em comparação a janeiro a março de 2022, com 120.612 toneladas, conforme dados do Ministério da Economia, Secex.
Veja abaixo os principais destinos das exportações de sucata ferrosa do Brasil nos primeiros dois meses de 2023.
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos recicláveis no ciclo da cadeia produtiva, o mercado externo é sempre uma opção quando há retração na demanda do país.
“As incertezas econômicas, com a paralisação de montadoras de veículos e dificuldades em outros setores da indústria, como da construção civil – potenciais consumidores de aço -, vêm mantendo o mercado interno de vendas de sucatas desanimador”, afirma.
Mas a opção externa esbarra atualmente em outro problema, os preços pouco atrativos. Conforme pesquisa semanal feita pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarkets para o mercado de commodities, “houve queda de cerca de R$ 50 por tonelada nos valores de exportação”, conforme informou uma fonte. O preço de venda da sucata HMS 1/2, um tipo bastante consumido, ficou em US$ 291 por tonelada FOB, e o de sucata triturada, US$ 330 tonelada FOB, na primeira semana deste mês de abril.
Além disso, a taxa de câmbio, que passou de R$ 5,29/US$ 1 em 23 de março para R$ 5,07/US$ 1 em 3 de abril, o que reduziu a margem financeira para as exportações, conforme a S&P Global Platts.
Outro problema no mercado interno, segundo o presidente do Inesfa, é o temor dos recicladores que um novo método de compra de sucatas ferrosas na base, por parte de algumas usinas siderúrgicas, com preços artificiais na aquisição de materiais de baixa qualidade e altos índices de impurezas, possam estar favorecendo empresas sem licenças ambientais e que sonegam tributos em detrimento de outras que cumprem com suas obrigações.
Já de acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria CRU Group, solicitada pelo pelo International Aluminium Institute (IAI), a demanda por alumínio primário irá crescer 40% até o ano de 2030. O estudo mostra que isso se deve aos quatro principais consumidores desse metal, que respondem por 75% desse total, são empresas dos segmentos de transportes, embalagens, construção civil e setor elétrico que estão em crescimento. Com isso, o cenário sugere uma maior demanda por importação de alumínio.
Além disso, o mercado do alumínio brasileiro continua em expansão. Só em 2021, o consumo doméstico de alumínio bateu recordes, chegando a 1,583 milhão de toneladas. Com relação às exportações, de acordo com a ComexVis, aplicativo do Ministério da Economia, os principais destinos do minério de alumínio em 2022 foram Canadá, Irlanda, Grécia, EUA e China.
Fonte: Monitor Mercantil
Para ler a reportagem original, acesse: https://monitormercantil.com.br/exportacao-de-sucata-cresceu-em-marco-mas-preco-e-pouco-atrativo/
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