Exportações brasileiras de milho crescem e de soja caem
set, 04, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana201937
Em agosto, as exportações brasileiras de milho bateram um novo recorde mensal, de 7,65 milhões de toneladas, crescimento de 170% em relação a agosto de 2018. Com isso, o total exportado no ano chegou a 23 milhões de toneladas, mais do que o dobro do que os oito primeiros meses do ano passado (9,19 milhões de toneladas), segundo dados divulgados pelo governo.
O volume exportado em agosto pelo Brasil, segundo exportador global de milho atrás dos Estados Unidos, superou as 6,32 milhões de toneladas registradas em julho, que já tinham sido recordes, ajudado pela safra recorde e pelos preços e dólar favoráveis às vendas externas.
Com os embarques de milho se desenvolvendo bem, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima a exportação brasileira em 2019 entre 35 milhões e 37 milhões de toneladas, uma marca histórica, disse nesta segunda-feira à Reuters o diretor-geral da entidade, Sérgio Mendes.
“Tivemos boa safra, tem disponibilidade do produto, câmbio favorável, os preços subindo, e espaço nos portos, porque a soja tem o freio não da logística, mas da peste suína (africana na China)”, disse Mendes, lembrando que os embarques de soja desaceleraram em 2019, com os chineses mais lentos nas aquisições em relação a 2018.
Com os menores embarques de soja, as exportações de milho podem fluir sem grandes questões logísticas, com mais infraestrutura portuária disponível.
“Tudo isso contribui… então ficamos com meios disponíveis para exportar mais milho”, acrescentou.
Com uma safra recorde de cerca de 100 milhões de toneladas de milho, as exportações do Brasil devem superar de longe as cerca de 24 milhões de toneladas do ano passado, quando o país colheu menos milho por conta de problemas climáticos.
“Vai ser 35 milhões de toneladas (na exportação de milho), otimistas falando em 37, e vamos chegar na soja a 72 milhões de toneladas (no ano de 2019)”, acrescentou Mendes.
Exportações de soja
Na safra passada, quando a guerra comercial entre EUA e China favoreceu o Brasil em ano em que a oferta brasileira de soja foi recorde, as exportações atingiram cerca de 84 milhões de toneladas da oleaginosa.
“Soja vai ser um número bacana, é impossível bater o número de 2018, tinha a ‘trade war’ (guerra comercial) e não tinha a peste suína”, acrescentou.
No acumulado do ano até agosto, segundo dados do governo brasileiro, os embarques de soja do maior exportador global atingiram 57,23 milhões de toneladas, queda de 11,4% ante o mesmo período do ano passado.
Além da peste suína, o Brasil conta com menor disponibilidade da oleaginosa, após uma quebra pela seca em alguns Estados, além de maior concorrência da Argentina, que estava com embarques mais fracos em 2018 por menor oferta.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Brasil (Secex), o Brasil embarcou 4,1 milhões de toneladas de soja para a China em agosto, queda de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. Fontes do mercado acreditam que os principais motivos do declínio sejam a crescente concorrência com a Argentina nas exportações da oleaginosa e a gripe suína africana, que matou milhares de porcos da China.
O gráfico a seguir, feito com dados do DataLiner, mostram as exportações de soja do Brasil para a China no período de Janeiro de 2015 a Julho de 2019:
Fonte do gráfico: DataLiner/Datamar
Fontes da reportagem: Reuters e SP Global
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