Exportações de arroz em casca esfriam
ago, 09, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202232
Depois de reagir em julho, mercado do arroz em casca mostrou enfraquecimento nos primeiros dias de agosto no Rio Grande do Sul e as explicações são muito simples: o real voltou a valorizar-se sobre o dólar e o país perdeu competitividade para seguir vendendo o grão para o exterior como vinha fazendo nos últimos 45 dias.
Como as indústrias não acompanharam as tradings nos preços da matéria-prima, pois não conseguiam repassar, as cotações perderam o suporte e houve retração em algumas praças. De outro lado, o movimento de baixa, mesmo que leve inicialmente, preocupou os produtores e a oferta aumentou.
Com o varejo também travado nas compras, a indústria segue pressionada entre um fornecedor que busca negociar apenas sob condições de elevação dos preços do arroz em casca e um varejo que quer preços cada vez mais baixos pelo arroz beneficiado. Com isso, cotações que chegaram a R$ 80,00 livres na Fronteira Oeste (R$ 87,00 com fretes e taxas para o porto), recuaram para R$ 77,00/78,00 na indústria. E sem demanda de exportação. Em Santa Catarina, recuaram até R$ 73,00. Mesmo em liquidação para o produto depositado.
Outro fator que está pesando sobre o mercado brasileiro – hoje o mais caro do Mercosul – de exportação, é o avanço da colheita dos Estados Unidos. O Brasil vendeu de 400 a 500 mil toneladas nos últimos 45/60 dias. E vai embarcar esse volume nos próximos 60/90 dias. E passou a sofrer uma concorrência mais forte nos mercados que disputa com os norte-americanos, que são as Américas e o Oriente Médio. O mesmo vale para o Uruguai, ainda que cerca de 30 dólares mais competitivo que o arroz brasileiro, por tonelada.
Como as tradings já estão “compradas” a movimentação segue fraca. Teria, o dólar, que voltar para as imediações de R$ 5,30 para uma retomada dos negócios, pois o arroz segue em alta nos EUA.
Veja abaixo o histórico das exportações brasileiras de arroz de janeiro de 2019 a junho de 2022. O gráfico abaixo foi elaborado com dados coletados pela equipe de inteligência de negócios da Datamar na plataforma DataLiner.
Exportações de Arroz do Brasil | Janeiro 2019 – Junho 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
A expectativa, a menos que haja uma mudança mais importante no aspecto cambial por fatores macroeconômicos, contaminação da economia brasileira pelas eleições, ou a temida – para uns – suspensão das exportações da Índia que elevaria os preços mundiais do arroz, é de que os próximos 60 dias devem se resumir a embarques e negociações muito pontuais por parte das tradings que operam no Brasil no que diz respeito ao arroz em casca e o beneficiado. Quebrados seguirão com demanda firme para a África e pet food para Europa e EUA.
As tradings esperam a volta do movimento de demanda mais forte em novembro/dezembro. Como os principais importadores das Américas: Cuba, México, Peru e Venezuela deverão ter colheitas menores, a esperança do Mercosul permanece para novos negócios mais vultuosos até o final do ano comercial.
Fonte: Planeta Arroz
Para ler o texto original completo acesse: https://planetaarroz.com.br/exportacoes-esfriam-e-comercializacao-fica-em-stand-by/
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