
Exportações de arroz podem ser beneficiadas com taxas adotadas por Estados Unidos
abr, 04, 2025 Postado porSylvia SchandertSemana202514
O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá favorecer as exportações de commodities do agro gaúcho. Entre as culturas que devem ser beneficiadas destaca-se a do arroz. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Alexandre Velho, explica que, atualmente, os norte-americanos são os principais fornecedores do cereal para o México. O país latino-americano, porém, também se abastece com o Brasil.
De acordo com Velho, outro fator que deverá influenciar os rumos dos negócios é a provável redução da área de plantio da orizicultura, na próxima safra dos EUA, entre 10% e 15%.
México e Canadá ficaram de fora das tarifas apresentadas por Trump na quarta-feira, 2, mas estão sujeitos a decisões tomadas anteriormente para pressionar os países a combater a imigração ilegal e o tráfico de fentanil. A tarifa aplicada sobre produtos oriundos do México é de 25%. Em 2024, os embarques de arroz dos EUA para a nação vizinha totalizaram 443 milhões de dólares.
O gráfico abaixo explora as exportações de arroz em contêineres do Brasil enviadas entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024. Os dados vêm do DataLiner.
Exportações de arroz | Jan 2021 – Dez 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O assessor de Relações Internacionais da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Renan Hein dos Santos, também vislumbra a possibilidade de ampliar embarques de arroz gaúcho para o México.
“O país se tornou um mercado importante. O tarifaço parece ser um grande estímulo para a renovação do acordo entre o Brasil e o México. Esse é um exemplo pontual de oportunidades”, explicou Santos.
Na avaliação do assessor, é “esperado e inevitável” que os países impactados com as regras impostas por Trump busquem parceiros de negócios mais confiáveis. “Na economia e no comércio internacional, as incertezas são um grande inimigo. É preciso ter relações confiáveis e sólidas”, pontuou, destacando a volatilidade atual do presidente norte-americano.
Alexandre Velho antecipa que estão em prospecção negócios com outros países. “Devemos confirmar um bom volume para Costa Rica no primeiro semestre”, adiantou, acrescentando que contratos poderão ser firmados com Nicarágua e Panamá.
O assessor de Relações Internacionais da Farsul projeta uma aproximação maior entre a União Europeia e o Brasil.
“Já vemos um movimento da França. O país, que tem sido um entrave histórico para o tratado entre o Mercosul e União Europeia, vem mudando o tom, querendo o acordo”, analisa o assessor.
Em contrapartida, o pesquisador do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, Sérgio Leusin Júnior, analisa eventuais consequências das tarifas de forma mais cautelosa. “Trump tem, recorrentemente, mudado seus posicionamentos”, alerta. Leusin Júnior lembra que, entre os principais produtos exportados pelos gaúchos para os Estados Unidos, o tabaco e a celulose podem ter algum benefício.
“Nesses dois produtos o Brasil tem vantagem, um potencial de ganho, pois o outro fornecedor dos norte-americanos é o Canadá. O produto deles deve ficar mais caro que o nosso”, disse o pesquisador.
Fonte: Correio do Povo
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