
Exportações de Commodities Dominam Porto de Santos, mas ZPEs Podem Redefinir o Cenário
jan, 02, 2025 Postado porDenise VileraSemana202501
As exportações de commodities representam uma parcela significativa da movimentação no Porto de Santos. Segundo dados da Autoridade Portuária de Santos (APS), 53% das exportações do complexo portuário santista e 39% do total movimentado (incluindo embarques e desembarques) são commodities, como soja e outros produtos agrícolas. Embora esses números sejam expressivos, o baixo valor agregado dessas mercadorias reflete uma oportunidade perdida de maior desenvolvimento econômico. Nesse contexto, a criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) surge como uma alternativa promissora para mudar essa realidade.
As ZPEs são áreas de livre comércio voltadas à produção de bens para exportação e prestação de serviços relacionados, geralmente localizadas próximas a portos. Em Santos, a Área Continental é avaliada como uma possível localização para esse modelo, devido à sua proximidade com o porto e à capacidade de expansão.
Para o jornalista e especialista em Finanças Públicas Rodolfo Amaral, um plano de negócios que contemple uma ZPE precisa identificar os produtos primários exportados pelo Porto de Santos que podem ser industrializados. “A pauta é ampla e inclui siderurgia, calçados, têxteis, cerâmica, granito, pescados, fruticultura, soja, milho e café, entre outros. É essencial promover o diálogo com o setor privado para identificar oportunidades de investimento”, afirma Amaral.
O consultor portuário Luis Claudio Montenegro vê as ZPEs como um modelo de desenvolvimento estratégico. Ele destaca como a industrialização voltada ao mercado interno brasileiro favoreceu outros países, enquanto nações asiáticas, como Coreia do Sul e China, apostaram na industrialização focada na exportação e no ganho de escala.
Coreia do Sul: Um Exemplo de Sucesso
Montenegro utiliza o Índice de Complexidade Econômica para ilustrar o impacto das políticas industriais. Ele aponta que a Coreia do Sul, com exportações baseadas em alta tecnologia – como sistemas eletrônicos, química fina e máquinas – conquistou mais de 2,7% do mercado global. Já o Brasil, com uma pauta concentrada em commodities, detém cerca de 1,2%. “Precisamos nos inspirar no modelo sul-coreano, que prioriza eficiência e inovação”, ressalta.
O secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Elias Júnior, reforça a importância da integração logística, destacando a visita da comitiva Porto & Mar Brasil – Coreia do Sul 2024 à fábrica da Hyundai. “Sessenta e cinco por cento da produção naquele parque industrial é destinada à exportação, com logística integrada ao porto. Isso é um exemplo de eficiência que podemos adotar em Santos”, comenta.
A China e Suas Zonas Econômicas Especiais
A coordenadora do curso de Ciências Econômicas da UniSantos, Célia Ribeiro, menciona a China como outro modelo inspirador. O país, com cerca de 33% das mais de 7.500 Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) no mundo, utiliza esse mecanismo para impulsionar o crescimento industrial, com legislações flexíveis e incentivos fiscais. “Essas zonas têm estimulado significativamente a implantação de indústrias, promovendo desenvolvimento econômico e tecnológico”, explica Ribeiro.
A implementação de ZPEs no Brasil pode ser o primeiro passo para diversificar a pauta exportadora e agregar mais valor aos produtos nacionais, alinhando o país às melhores práticas internacionais e promovendo um salto no desenvolvimento industrial e econômico.
Fonte: A Tribuna
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