Exportações de frutas enfrentam escassez de contêiner
maio, 11, 2021 Postado porandrew_lorimerSemana202120
Os exportadores brasileiros de frutas, que já enfrentavam dificuldades nos embarques causadas pela pandemia, têm tido uma dor de cabeça adicional desde que o navio Ever Given encalhou no Canal de Suez, no Egito, em março. O incidente agravou a falta de contêineres refrigerados nos portos brasileiros (o modal é responsável por cerca de 90% das exportações do segmento). No geral, os efeitos mais imediatos do encalhe sobre as operações logísticas internacionais já foram superados, mas ele segue tendo efeitos sobre os preços do frete de contêineres para frutas e legumes brasileiros.
“Enfrentamos um cenário complicado. A procura por contêineres está maior do que podemos atender. Foi a tempestade perfeita”, diz Enrique Garcia, diretor de desenvolvimento de negócios da empresa de logística Rangel.
Exportação Brasileira de Frutas | Jan 2016 a Mar 2021 | TEU
Segundo Garcia, o quadro de escassez de contêineres refrigerados é inédito em seus 14 anos de atuação na companhia – a oferta atual corresponde a 30% da registrada no ano passado. A expectativa é que a oferta de contêineres para frutas e verduras só vai se normalizar entre o fim deste ano e o início do próximo.
A dificuldade para encontrar contêineres refrigerados aumentou as despesas para os exportadores. Entre fevereiro e abril deste ano, o custo do frete para envio de contêiner subiu 30%, passando de US$ 6,5 mil para US$ 10 mil. As frutas concorrem por contêineres refrigerados também com itens de uso essencial, como remédios e produtos hospitalares, que ganharam prioridade na pandemia.
Esse quadro tem se refletido em aumento dos preços das frutas brasileiras na Europa, relata Garcia. Em alguns casos, itens como uva, manga e mamão exportados pelo Brasil custam hoje nas gôndolas europeias duas vezes mais do que antes da disparada atual. A Rangel atende grandes redes varejistas, como De Marchi, Fischer e LPD, com fluxo de safra e contrasafra (embarques de frutas do Brasil à Europa e também do mercado europeu ao brasileiro).
No primeiro trimestre, os embarques de frutas do país somaram 245,1 mil toneladas, segundo dados compilados pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2020. O crescimento deveu-se principalmente a vendas para países vizinhos do Mercosul.
Fonte: Valor
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