Exportações de lítio ganham ritmo na Argentina
ago, 29, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202235
De acordo com o último relatório da Secretaria Nacional de Mineração da Argentina, o lítio não está longe de se tornar o principal produto de exportação da indústria de mineração apesar do ouro e da prata continuarem liderando.
O documento divulgado pelo órgão chefiado pela ministra da Mineração Fernanda Ávila mostra dados até julho de 2022, comprovando que no mês passado as exportações da mineração somaram US$ 291 milhões, 15% a mais que em julho de 2021, acumulando US$ 2,209 bilhões nos sete primeiros meses do ano, um crescimento de 31% A/A.
Os Estados Unidos estão muito interessados no lítio argentino. Há um ano, um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) apontava que a Argentina “é o caso mais promissor para a expansão da indústria do lítio.”
O país, destacou o estudo, possui a segunda maior reserva do mundo, atrás da Bolívia, e a terceira maior reserva “comercialmente viável”, atrás do Chile e da Austrália, e destacou duas operações em andamento, em Jujuy e Catamarca: a Olaroz e a Hombre Salares de Muerto.
O estudo, assinado por Ryan Berg, Investigador Sénior do CSIS, sublinhou que o país é o principal fornecedor de lítio para os EUA e, com base em dados oficiais, especificou que entre 2016 e 2019, 55% do lítio importado pelos EUA vieram da Argentina, seguidos pelo Chile (36%) e China (5%).
Por trás desse dinamismo do lítio está a chamada “transição energética”, conceitos como “eletromobilidade”, fenômenos como Tesla, com impacto na indústria automotiva global, e o aumento dos preços dos minerais necessários à fabricação de baterias, como como níquel, grafite e lítio. De acordo com a Trading Economics, nos últimos doze meses, o preço do carbonato de lítio aumentou 335%, enquanto o preço do ouro e da prata caíram 5% e 21%, respectivamente.
As exportações da mineração ainda não têm grande peso nas exportações argentinas: nos primeiros sete meses do ano, representaram pouco mais de 4% do total. No entanto, este é um dos setores que a equipe econômica chefiada por Sergio Massa aposta para atrair investimentos internacionais.
A principal limitação continua sendo o regime cambial e quão pouco atraente é para os investidores estrangeiros entrar com capital em um país que não oferece segurança de acesso a moeda estrangeira.
Ouro (61,5%) e prata (38,3%) respondem por mais de 99% das exportações de mineração da região de Santa Cruz, enquanto o ouro sozinho responde por 96,5% das exportações de San Juan. Nas províncias do noroeste, a relação das exportações é mais equilibrada e está se deslocando a favor do lítio, que nos primeiros sete meses do ano representou 52,7% das exportações da mineração, ante 24,3% do ouro e 15,7% da prata.
Quanto ao destino das exportações, Suíça (35,2%), EUA (33,1%) e Canadá (21,9%) absorveram mais de 90% das exportações de ouro e prata de Santa Cruz e Suíça (51,4%) e Índia (45,1%) mais de 95% das de San Juan. As províncias do chamado “triângulo do lítio” têm uma clientela mais diversificada: vendem 25,7% dos seus minerais para os EUA, 24,8% para a China, 17,2% para o Japão, 10,3% para a Coreia do Sul e 22% para o “resto do mundo.”
Fonte: MercoPress
Para ler o artigo original completo, acesse: https://en.mercopress.com/2022/08/29/lithium-exports-gain-pace-in-argentina?utm_source=feed&utm_medium=rss&utm_content=main&utm_campaign=rss
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